A agricultora Eliane Teresinha de Abreu Silva até deixa a timidez de lado e os afazeres na cozinha, com a polenta e o frango caipira que cheiram de longe, para destacar a ação do Governo do Estado. Ela é uma das tantas pequenas produtoras de Chopinzinho, na Região Sudoeste, entusiasta da manutenção da compra da merenda escolar, mesmo com a suspensão das aulas presenciais da rede pública de ensino, por causa da pandemia de coronavírus.
Eliane conta que está sobrevivendo com as contas em dia graças ao programa estadual de compra de alimentos da agricultura familiar. Por decisão do governador Carlos Massa Ratinho Junior, mesmo com as escolas fechadas desde março, para evitar aglomerações e a circulação do vírus, os produtos são comprados e enviados quinzenalmente para as famílias de cerca de 230 mil estudantes do Paraná. São entregues nos centros de educação junto com o Programa Leite das Crianças e kits para famílias vulneráveis.
E é justamente o fornecimento de pão, bolo, bolacha, mandioca e morango que está garantindo emprego e renda na pequena propriedade da Eliane. “É essa iniciativa do Governo do Estado que está segurando o pequeno agricultor. Um programa ótimo, uma ajuda para todos nós da região”, destaca.
Segundo a agricultora, a parceria comercial com o Poder Público possibilita amenizar outra baixa no orçamento. Ela conta que, apesar de o leite ter ficado mais caro nos mercados durante a pandemia, o lucro de quem produz diminuiu. “Estamos no máximo empatando”, conta.
ASSOCIAÇÃO - Eliane integra a Associação de Mulheres Rurais (AMR) de Chopinzinho. Ali, 35 agricultoras de um total de 176 associadas fornecem algum tipo de alimento para a merenda escolar. Presidente da entidade, Evanir Acorsi produz e entrega diversos produtos panificados para reforçar a merenda.
Ela faz coro com a colega de cooperativismo. “O que seria dos pequenos agricultores se o Governo tivesse parado de comprar os produtos da merenda? A maioria das pessoas aqui sobrevive disso. Só podemos agradecer, agradecer muito”, destaca.
Marli Batisttuz é encarregada de fornecer polpas de fruta e doces em calda para os alunos. Por meio da AMR, ela concentra a produção de outras associadas e encaminha às escolas. “Sobrevivemos dessa venda. Sem a entrega não sei o que seria dos pequenos produtores rurais”, diz.
AMPLIAÇÃO – Também por determinação do governador Ratinho Junior a compra de alimentos da agricultura familiar foi inclusive ampliada durante a pandemia. O programa recebeu um aporte extra de R$ 20 milhões, acrescentando mais 3 mil famílias de agricultores, totalizando 25 mil produzindo em todo o Paraná.
“Essa crise afetou muita gente humilde e não vamos admitir pessoas passando fome. O Paraná vem respondendo à crise com planejamento, olhando efetivamente para quem mais precisa”, ressalta Ratinho Junior. “Com a manutenção da merenda escolar, ajudamos os pequenos agricultores do Estado e também levamos alimentos de qualidade para a mesa das famílias mais carentes”, acrescenta.
PRODUTOS – Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara explica que a compra é feita através de 179 associações e cooperativas de pequenos agricultores. São entregues para as famílias frutas, verduras, legumes, hortaliças, temperos, panificados, sucos, entre outros itens. O investimento é estimado em R$ 86 milhões.
Além disso, o kit padronizado é composto também por um pacote de 5kg de arroz, dois pacotes de 1 kg de feijão, dois pacotes de 1 kg de farinha milho, quatro pacotes 500g de macarrão espaguete, uma unidade de 900 ml óleo de soja e três unidades de 340 g molho de tomate pronto.
“Em março, logo no começo da pandemia, decidimos que não iríamos suspender a compra. É uma importante ferramenta para manter o campo produzindo. É tarefa do Estado dar amparo às famílias mais vulneráveis e é isso que estamos fazendo com mais este programa”, ressalta Ortigara.
COMPRA DIRETA – Outro projeto do Governo do Estado tem impacto direto na vida dos pequenos agricultores. Lançado no mês passado, o programa Compra Direta Paraná vai fornecer alimentos a 907 entidades sociais.
Os alimentos repassados pelo programa serão fornecidos por 148 associações e cooperativas da agricultura familiar que se credenciaram por meio de edital de chamada pública. Ao todo, 12,5 mil agricultores estão envolvidos.
O governo estadual destinou R$ 20 milhões para o Compra Direta, recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop). Entre as entidades beneficiadas estão Centros de Referência em Assistência Social (Cras) e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), que poderão distribuir cestas básicas diretamente à população vulnerável.
O restante é formado por hospitais filantrópicos; unidades de acolhimento para crianças, adolescentes, mulheres vítimas de violência e idosos; unidades terapêuticas; instituições de atendimento a indivíduos em situação de rua; casas de passagem; restaurantes populares; cozinhas comunitárias; bancos de alimentos e similares.
“São aproximadamente 500 mil pessoas beneficiadas pelo programa. É um conjunto de ações do Estado visando apoiar a parte mais vulnerável de quem vive no campo”, afirma Ortigara.