A Companhia Paranaense de Gás (Compagas) lança nesta segunda-feira (7) uma chamada pública para o recebimento de propostas de fornecimento de biometano. A iniciativa é parte da nova ação da empresa com foco em sustentabilidade e compromisso com o meio ambiente, denominada Compagas+Verde.
A Companhia visa investir em soluções sustentáveis, como o biometano, uma energia eficiente, limpa e 100% renovável, e inserir esse combustível no portfólio de suprimento para proteger a natureza, expandir sua atuação no Paraná e oferecer uma energia renovável aos clientes.
“O Paraná é líder em sustentabilidade no país e tem no agronegócio uma gigantesca força para a geração de uma energia limpa. O biometano é o nosso gás natural renovável e o caminho para fomentar uma economia em carbono neutro, com uma contribuição efetiva para a redução de emissões na atmosfera, e para atender ao anseio por combustíveis mais limpos”, ressalta o CEO da Compagas, Rafael Lamastra Jr.
Na chamada pública, a Compagas pretende receber propostas com volumes a partir de 2 mil metros cúbicos/dia em modelo de contratação firme, ou seja, com compromisso de entrega por parte do fornecedor, e por um período mínimo de cinco anos.
O gás natural renovável a ser recebido pela Companhia pode ser entregue por meio da rede de distribuição, caso as usinas estejam instaladas em localidades já atendidas pela Compagas ou em municípios onde há projetos em andamento, ou por meio de transporte terrestre, via carretas, na forma comprimida (GNC) ou liquefeita (GNL), caso as usinas estejam situadas longe da rede.
Todos os pontos de recebimento do biometano estão especificados no edital. Os interessados em participar do processo têm até o dia 31 de janeiro de 2023 para enviar propostas.
ESTRATÉGIA – O movimento da Compagas quer incentivar a produção de biometano no Estado. Atendidas as condições técnicas de qualidade estabelecidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o combustível é intercambiável com o gás natural. Obtido a partir da purificação do biogás, é produzido a partir da decomposição de matéria orgânica vegetal ou animal.
“Estamos incentivando o desenvolvimento do nosso ‘pré-sal caipira’, que tem um potencial de geração estimada em mais de 2 milhões de metros cúbicos por dia”, explica Lamastra.
Ainda segundo o executivo, a estratégia da Companhia com esse incentivo também busca expandir a área de cobertura do gás canalizado no Interior do Estado, tanto na oferta de gás para indústrias e cooperativas quanto para a frota veicular, inclusive de transportes pesados, como caminhões e ônibus.
“Trata-se de uma fonte de energia plenamente viável para que possamos atender a diversos segmentos e mercados locais em diferentes regiões do Paraná, formando redes isoladas de fornecimento para viabilizar uma expansão mais acelerada e sustentável”, afirma.
SUSTENTABILIDADE – No viés sustentabilidade, o biometano tem características imbatíveis. É vantajoso para a saúde da população, pois com uma redução de 85% na emissão de óxidos de nitrogênio (NOx) e materiais particulados, colabora ativamente para um menor índice de poluição das cidades e, consequentemente, para a redução de doenças cardiovasculares e para a perda de produtividade causada por esses poluentes.
Também há uma menor emissão de dióxido de carbono (CO2), o gás que mais colabora para o efeito estufa no planeta. No setor de transportes, por exemplo, quando comparado ao diesel, as emissões chegam a ser 90% menores.
POTENCIAL PARANAENSE – Dados da Associação Brasileira de Biogás (ABiogás) indicam que a produção nacional de biometano, atualmente, está em aproximadamente 400 mil metros cúbicos/dia e deve chegar a 30 milhões de metros cúbicos/dia até 2030. No Paraná, o agronegócio é a força principal para a geração do gás natural renovável.
Cerca de 70% do território paranaense é propício para o desenvolvimento da produção de biogás e biometano e isso significa uma produção potencial de mais de 2 milhões de m³/dia. Vale destacar, ainda, que as características agropecuárias e agroindustriais do Paraná, somadas à geração de energia renovável, concedem ao Estado a liderança no potencial produtivo de biometano do Sul do País.
Além do agronegócio, a produção de biometano pode vir dos aterros sanitários, com aproveitamento energético a partir dos resíduos sólidos urbanos gerados pelos municípios; das estações de tratamento de esgoto, com produção a partir do lodo gerado nesses locais, e das centrais de abastecimento do Estado, que geram toneladas de resíduos orgânicos todos os dias.
Com isso, o potencial de produção de gás renovável do Estado pode ser ainda maior. “O foco da Compagas está em aproveitar a escala existente de geração de resíduos para favorecer uma geração contínua e descentralizada de energia limpa para o Paraná”, finaliza Lamastra.
COMPAGAS – Empresa de economia mista, tem como acionista majoritária a Companhia Paranaense de Energia – Copel, com 51% das ações, a Mitsui Gás e Energia do Brasil, com 24,5%, e a Commit Gás, com 24,5%. Em março de 2000, a empresa passou a ser a primeira distribuidora do Sul do país a fornecer o gás natural canalizado aos seus clientes, com a inauguração do ramal sul do gasoduto Bolívia – Brasil (Gasbol). Atualmente, a Compagas conta com mais de 52 mil clientes dos segmentos residencial, comercial, industrial, veicular e geração de energia elétrica e está presente em 16 municípios: Araucária, Curitiba, Campo Largo, Balsa Nova, Palmeira, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Colombo, Quatro Barras, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Campina Grande do Sul, Paranaguá, Carambeí, Castro e Arapoti.