A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) promoveu nesta terça-feira (31), em Curitiba, a segunda reunião do Comitê Gestor Intersetorial para o Controle da Dengue, que discutiu ações de mobilização e vigilância permanente com o objetivo de reduzir os casos da doença e o número de óbitos no Paraná. As instituições que compõem o Comitê indicaram representantes para participar da reunião e serem multiplicadores no controle do mosquito Aedes aegypti.
O encontro trouxe o panorama da situação epidemiológica da dengue no Brasil e Paraná e a atualização das ações desenvolvidas pelas secretarias, órgãos do Estado e representantes do Serviço Social do Comércio (Sesc/PR).
Atualmente, o Paraná é o terceiro Estado com o maior número de casos graves da doença, com 1.265 registros. Apenas Goiás (2.972) e São Paulo (1.359) ultrapassam esse número, e por isso a relevância de conscientizar a população sobre a importância da prevenção.
“Precisamos desse alinhamento de ações com os vários órgãos de Estado, pois o trabalho integrado realizado com a parceria das demais secretarias e instituições possibilita o desenvolvimento de ações de combate à dengue em tempo oportuno para que não ocorra um aumento ainda maior nos números, principalmente dos casos graves”, enfatizou o secretário de Estado da Saúde, César Neves.
PARCERIAS – A representante do Sesc/PR, Giovanna Castellano, anunciou a prorrogação da campanha “Aqui o mosquito não entra”, iniciada em 2021, e que encerraria nesta terça. Tendo em vista o atual cenário no Estado, será estendida até o dia 19 de junho. Um aplicativo incentiva a população a registrar imagens de focos do mosquito e, na sequência, eliminação em tempo real desses criadouros. A estratégia tem como objetivo conscientizar sobre áreas como saúde e meio ambiente.
Atualmente, 278 municípios participam da ação, mas a meta é atingir todos os 399. Para integrar a atividade basta fazer o download do aplicativo Sesc. Até o momento, 5.710 pessoas já participaram desta iniciativa. O passo a passo pode ser conferido neste link.
A Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior reforçou o apoio dos grupos de pesquisa de universidades estaduais, com a disponibilização de drones para locais de difícil acesso, armadilhas, vídeos institucionais sobre a doença e prevenção, entre outras experiências para conter o avanço da dengue no Estado.
A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, que presidiu a reunião, ressaltou a necessidade de reforçar as campanhas e de uma atuação mais intensiva junto à população. “Estamos monitorando todos os municípios, principalmente as áreas com maior incidência. Chegamos no momento em que, pelas temperaturas mais baixas, a tendência é de diminuição dos casos e da transmissão da dengue. Ainda assim, é imprescindível fortalecer as ações de enfrentamento”, afirmou.
COMITÊ – O comitê foi criado em 2019, com o objetivo de implementar ações de mobilização para a intensificação do combate à doença. Ele é composto por 13 secretarias, autarquias e órgãos do Governo do Estado. Neste encontro estiveram presentes representantes do Ministério Público, Defesa Civil, da empresa pública Portos do Paraná, do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Conselho Estadual de Saúde, Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-PR), Unimed, Casa Militar, além de profissionais da área da Sesa.
BOLETIM – De acordo com o boletim semanal da dengue, mais seis mortes pela doença foram registradas no Paraná, totalizando 38 óbitos neste período epidemiológico, que iniciou em 1º de agosto e segue até julho de 2022.
O 40º Informe Epidemiológico contabilizou 11.597 novos casos, um aumento de 17,14% em relação aos números do boletim da semana anterior. São 79.252 confirmações da doença e 127.466 casos prováveis.
Dos 382 municípios que registraram notificações de dengue, 340 confirmaram a doença, sendo que em 304 deles há casos autóctones, ou seja, a dengue foi contraída no município de residência dos pacientes.
Os óbitos foram confirmados em Foz do Iguaçu, Cascavel (2), Maringá, Jataizinho e Primeiro de Maio. São quatro mulheres e dois homens com idade entre 62 e 95 anos. As mortes ocorreram entre os dias 15 de abril e 19 de maio de 2022