O Instituto Água e Terra (IAT) voltou a reunir nesta terça-feira (1º) representantes do Comitê Estadual de Espécies Exóticas Invasoras. O encontro online retoma uma pauta importante, após um período inativo por conta da pandemia da Covid-19. O IAT é vinculado à Secretaria estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest).
Os integrantes do Comitê estabeleceram ações a serem desenvolvidas durante o ano de 2021. Entre as diretrizes previstas estão a elaboração de normativas para espécies da flora da Categoria II da Lista de espécies exóticas invasoras (EEI) no Paraná. A lista pode ser consultada AQUI.
Também ficaram definidos os integrantes que irão compor um Grupo de Trabalho (GT) específico para a proposição de ações quanto à dispersão e presença de indivíduos de EEI em áreas de vegetação nativa e os impactos ambientais decorrentes.
Outra meta é a publicação de materiais, como o Guia de Gestão de EEI por prefeituras e a Lista de Espécies Alternativas às EEI para arborização urbana e paisagismo.
Envolver as prefeituras é essencial para compartilhar conhecimento e esclarecer dúvidas, pois impacta diretamente no manejo de áreas naturais e escolha adequada de plantas nativas.
O controle de javalis (Sus Scrofa) em Unidades de Conservação (UCs) também será tema das discussões do Comitê durante o ano. O animal é uma das maiores ameaças na atualidade. O Comitê faz parte do Programa Estadual de Exóticas Invasoras, desenvolvido pelo IAT, através da Diretoria de Patrimônio Natural.
Além do IAT e da Sedest, compõem o Comitê representantes das Secretarias de Estado da Agricultura e do Abastecimento, da Educação e da Saúde, além do Ibama, ICMBio, Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais, e SPVS – Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental. Todo integrante tem seu papel dentro de suas especialidades.
“Os problemas decorrentes de invasões biológicas afetam diferentes setores além do ambiental, principalmente a agricultura, em suas diversas ramificações, e a saúde humana”, afirmou o diretor de Políticas Ambientais da Sedest, Rafael Andreguetto. “Por isso, é muito importante a retomada dessas discussões no Estado”.
Em virtude do impacto causado por espécies exóticas invasoras e pela falta de continuidade de políticas de prevenção e controle, a contaminação biológica pode ser comparada à destruição de habitats e às mudanças climáticas, importantes agentes de mudança global.
“As discussões atendem, também, o compromisso assinado pelo Brasil na Convenção Internacional sobre Diversidade Biológica (CDB), especificamente no que diz respeito ao comprometimento de prevenir, controlar e erradicar espécies que ameacem a biodiversidade”, destacou a gerente de Gestão da Biodiversidade do IAT, Patrícia Calderari.
Espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda maior causa mundial de perda de biodiversidade e a primeira em ilhas e Unidades de Conservação. Considera-se invasão biológica quando as espécies exóticas sobrevivem, proliferam e estendem-se além de determinados limites.
Saiba mais sobre o Comitê e o Programa Estadual de Exóticas Invasoras AQUI.