O chefe da Casa Civil, Guto Silva, e o secretário da Comunicação Social e Cultura, Hudson José, receberam nesta quinta-feira (31) representantes de tribos indígenas do Paraná. No dia nacional de manifestação em defesa dos índios, os integrantes do governo paranaense anunciaram a criação de uma comissão do Estado para interagir com os povos indígenas.
Guto Silva afirmou que o governo Ratinho Junior está aberto a ouvir e contribuir para o desenvolvimento dos índios que vivem no Estado. “O diálogo é o melhor instrumento para isso”, destacou ele. “Vamos, juntos, criar uma agenda construtiva, com transparência e trabalho integrado”.
O trabalho da comissão será ouvir reivindicações, identificar problemas e buscar soluções, além de verificar os programas do Estado que precisam ser levados às tribos, como saúde, moradia e educação. “Esse é um ato histórico”, afirmou o cacique Vagner Almeida, da tribo Guarani-Nhandewa, ao comentar a decisão do Estado de estabelecer um diálogo permanente com os povos indígenas. Segundo ele, nesta quinta, dia de mobilização nacional pelos índios brasileiros, o governo paranaense dá um passo importante para contribuir com a preservação das etnias e cultura indígena.
Povos indígenas de 19 estados brasileiros convocaram para esta quinta-feira o protesto nacional em defesa dos direitos constitucionais.
APOIO - A Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho cedeu um micro-ônibus para que 20 representantes do movimento indígena do Litoral do Paraná viessem a Curitiba, nesta quinta-feira (31), para a campanha nacional “Sangue Indígena, nenhuma gota a mais” e da mesa de diálogo sobre os direitos dos povos indígenas, promovida pelo Ministério Público do Paraná.
“Através do Conselho dos Direitos dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais do Estado do Paraná, vamos priorizar a garantia de direitos e aumentar o diálogo com a população indígena”, afirmou o secretário da pasta, Ney Leprevost.
Pela manhã, os índios estiveram reunidos na Praça Santos Andrade em mobilização pelos direitos indígenas. A campanha nacional é coordenada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), entidade que reúne organizações regionais como a Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), Conselho do Povo Terena, Articulação dos Povos Indígenas do Sudeste (Arpinsudeste), Articulação dos Povos Indígenas do Sul (Arpinsul), Grande Assembleeia do Povo Guarani (Aty Guasu), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e Comissão Guarani Yvyrupa.
Durante a tarde, em mesa de diálogo, foram discutidos os direitos dos povos indígenas do Estado do Paraná e as principais demandas, como a implementação dos direitos indígenas previstos na Constituição Federal, especialmente a demarcação das terras e o combate à violência.