Com maioria feminina, Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná tem mais de 700 inscritos

As provas serão realizadas nos dias 7 e 8 de maio de forma descentralizada nos polos de Mangueirinha, Manoel Ribas, Apucaraninha, Santa Helena, Nova Laranjeiras, Cornélio Procópio e Curitiba.
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21/03/2023 - 17:50
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O 22° Vestibular dos Povos Indígenas recebeu 710 inscrições para as 52 vagas oferecidas pelas sete universidades estaduais do Paraná e pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). As provas serão realizadas nos dias 7 e 8 de maio de forma descentralizada nos polos de Mangueirinha, Manoel Ribas, Apucaraninha, Santa Helena, Nova Laranjeiras, Cornélio Procópio e Curitiba.

Neste ano, a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) é responsável pela organização do processo seletivo. Do total de inscrições, 689 foram homologadas: a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) teve 167 inscrições, a do Norte do Paraná (Uenp) recebeu 152 candidatos, a de Maringá (UEM) e de Ponta Grossa (UEPG) tiveram o mesmo número de inscritos, 130 cada, a Unicentro registrou 100 inscrições, a de Londrina (UEL), 89, a do Paraná (Unespar), 24 inscritos, e a UFPR recebeu 27 inscrições.

As mulheres têm conquistado mais espaço nas universidades e hoje são a maioria entre os estudantes indígenas matriculados. Nas instituições, elas representam 52% dos alunos, totalizando 154 alunas. Esse cenário se repete no número de inscrições, dos 710 inscritos no processo seletivo, 388 são mulheres, o que representa 54% dos candidatos.

O acesso às universidades é uma conquista importante para as mulheres que buscam formação superior, como é o caso da aluna Mirian Guimarães de Freitas, da aldeia indígena Kakané Porã, localizada em Curitiba. Desde criança queria ser médica e hoje está no último ano do curso de Medicina na UEPG.

Em 2015, a estudante participou do Vestibular dos Povos Indígenas e está mais perto de realizar o sonho de infância. “Estar onde estou, ser quem eu sou, estar prestes e fazer as coisas que eu vou fazer, com certeza isso é algo gigante para mim, e espero que possa inspirar outras mulheres indígenas a serem quem elas querem e podem ser”, afirma.

Mirian precisou adaptar-se a nova rotina de estudos quando chegou na universidade, uma realidade diferente da que vivia na aldeia indígena. “As dificuldades não conseguiram me levar para outra direção que não fosse a Medicina. Pra mim é importante estar todos os dias ajudando pessoas, não só nas suas questões orgânicas, mas como um todo, é que me dá propósito de vida”, completa.

INCENTIVO – Há mais de 20 anos o Paraná instituiu essa política pública de incentivo à educação superior para estudantes oriundos de etnias, comunidades e territórios indígenas localizados em todo o Estado. Atualmente, 296 alunos estão matriculados nas universidades por meio do Vestibular dos Povos Indígenas e 195 indígenas concluíram cursos de graduação.

A Comissão Universidade para os Povos Indígena (Cuia) é a entidade responsável por acompanhar pedagogicamente e garantir a permanência dos alunos nas universidades. A comissão é formada por representantes da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e das oito universidades.

CRONOGRAMA – No dia 24 de abril, a Unicentro divulgará o ensalamento das provas que ocorrem nos dias 7 e 8 de maio. No dia 9 de maio será divulgado o gabarito da prova objetiva e no dia 31 de maio será publicada a lista de candidatos aprovados.

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