O número de visitas às Unidades de Conservação do Paraná saltou 184% de 2021 para 2023, passando de 192.111 para 545.460 turistas. Esse é o principal reflexo do projeto Parques Paraná, implementado pelo Governo do Estado 2020. A iniciativa, desenvolvida pelo Instituto Água e Terra (IAT), destinou no período R$ 23,1 milhões para ampliação e melhoria da infraestrutura dos complexos.
São, atualmente, 32 espaços ambientais abertos à visitação em todo o Estado. Números que deverão ser batidos em 2024, já que as UCs estaduais receberam mais de 300 mil visitantes apenas no primeiro semestre deste ano.
A exploração sustentável dos espaços naturais foi um dos temas da palestra do diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto, durante a Abeta Summit, maior congresso de ecoturismo e turismo de aventura do País. O evento, em Foz do Iguaçu, na região Oeste, começou na quarta-feira (30) e vai até este sábado (2). O Instituto é vinculado à secretaria estadual do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).
“Alcançamos realmente marcas importantes, que reforçam a opção do Paraná pelo caminho do desenvolvimento sustentável. O uso do patrimônio natural, se ele for bem estruturado, organizado e pensado, vai ser sempre uma ferramenta, uma estratégia e um parceiro da conservação ambiental”, destacou.
De acordo com o diretor, 20 UCs, em diferentes regiões do Paraná, já foram contempladas com obras, algumas ainda em andamento. Andreguetto citou especificamente o caso da Ilha do Mel, em Paranaguá, que tem neste momento quatro intervenções em execução – praça de alimentação, praça ao ar livre, receptivo para turistas e sede local do IAT.
Já o Parque Estadual do Vale do Codó, em Jaguariaíva, nos Campos Gerais, ganhou novas estruturas com acessibilidade. “Tudo isso com base em planejamento e projetos, respeitando todas as características ambientais. Temos, nesse momento, 18 planos de manejo sendo elaborados ou revisados, reforçando o regramento de cada unidade”, disse.
Andreguetto ressaltou que o objetivo do projeto Parques Paraná é fomentar a integração da população com o meio ambiente e a modernização das formas de gestão, gerando um convívio consciente e promovendo a conservação e a educação ambiental de forma ativa. A iniciativa é dividida em quatro linhas: Uso Público e Turismo, Paraná Aventura, Parque Escola e Voluntariado.
“Buscamos alcançar o marco global da biodiversidade, a meta 30 x 30 da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que é ter 30% do seu tamanho em áreas protegidas. Hoje estamos com aproximadamente 26%, vamos correr atrás", afirmou.
ÁREA VERDE – O Paraná possui hoje 73 Unidades de Conservação catalogadas pelo IAT, das quais 25 estão atualmente abertas para visitação geral – a 74ª, Refúgio da Vida Silvestre dos Guarás, em Guaratuba, está em fase final de criação. Esse número de unidades compreende mais de 26.250,42 km² de áreas protegidas por legislação, formadas por ecossistemas livres que não podem sofrer interferência humana ou aquelas com o uso sustentável de parte dos seus recursos naturais, como os parques abertos à visitação pública.
Essas áreas de proteção são divididas em UCs estaduais de Uso Sustentável (10.470,74 km²), UCs estaduais de Proteção Integral (756,44 km²); Áreas Especiais de Uso Regulamentado - Aresur (152,25 km²) e Áreas Especiais e Interesse Turístico - AEIT (com 670,35 km²), todas com administração do Governo do Estado.
O cenário se completa com as Reservas Particulares do Patrimônio Natural, as chamadas RPPNs, que somam atualmente 553,83 km²; terras indígenas, com 846,87 km²; e Unidades Federais, de 8.840,39 km², sendo o Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, a área mais simbólica; e Unidades Municipais (3.959,55 km²), como o Parque Barigui, em Curitiba.
Mais informações sobre os parques estaduais estão disponíveis no site do IAT (AQUI)