A Invest Paraná, vinculada à Secretaria estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), deu início à etapa de elaboração do Plano de Ação do Projeto Vocações Regionais Sustentáveis (VRS) em Campo Mourão, no Centro-Oeste.
O VRS foi elaborado após um estudo que identificou produtos locais com potencial para ser explorado no mercado externo. Em Campo Mourão, o destaque é na área da medicina e tecnologia, com a produção de eletromédicos.
A elaboração do Plano de Ação é a terceira etapa do Projeto Vocações Regionais Sustentáveis, realizada após o mapeamento inicial do potencial de mercado e uma oficina prática com a comunidade. Ela antecede a última etapa, de execução e acompanhamento da promoção de produtos regionais paranaenses.
“Estamos criando uma nova marca no Paraná, para que o mercado externo veja nosso Estado como exemplo de produção com sustentabilidade”, afirmou o secretário Márcio Nunes.
Para que uma marca seja criada, é fundamental a participação dos produtores locais. Para o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, a prática da metodologia do VRS nos municípios só é possível quando a população local está preparada.
“São municípios que têm investimento, desenvolvimento, mas principalmente sustentabilidade. Isso significa que existe o cuidado com quem mora aqui, uma marca, o meio ambiente e aqueles que produzem com sustentabilidade”, afirmou.
Em uma segunda fase do Vocações Regionais Sustentáveis, estão previstas as construções de estações de estrada (Michi-no-Eiki) para a divulgação dos produtos regionais nas 15 regiões turísticas do Paraná. Todas as ações do VRS envolvem também a divulgação do Estado, visando a atração de turistas nacionais e internacionais.
ELETROMÉDICOS – A linha de produção dos eletromédicos se encaixa na categoria "produtos resultantes de inovações locais", do Programa Arranjos Produtivos Locais (APL), integrante do VRS. A proposta surgiu por iniciativa do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão (Codecam).
Segundo o gerente de desenvolvimento econômico da Invest Paraná, Bruno Banzato, grandes polos como Campo Mourão podem ajudar outros produtos da região, quando conseguirem divulgar sua marca no mercado.
“Este é um projeto piloto, saindo um pouco da produção agrícola e transferindo tecnologia e expertise para uma nova área. Nós prestamos a assessoria nessa primeira fase, para eles poderem replicar depois a produção a outros municípios”, disse.
PARTICIPAÇÃO – A oficina de análise da cadeia de eletromédicos com a Codecam aconteceu nesta semana. Para o presidente do Conselho, Newton dos Santos Leal, o VRS apresenta um ecossistema consolidado, com a possibilidade de atração de novos investimentos, além da geração de novos empregos e renda para toda a região. “Para nós é muito importante dar ainda mais visibilidade ao que já temos e gerar atrativos para novas possibilidades de negócios inovadores”, afirmou.
“Foi um estudo que mostrou em números o que sabíamos por intuição e, com isso, conseguimos subsidiar esses projetos com mais consistência, além de servirem para elaboração de políticas públicas e atração de investimentos para a cidade”, explicou Eduardo Akira Azuma, secretário de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão.
Segundo a coordenadora do Vocações Regionais Sustentáveis em Campo Mourão, Jackelline Favro, a partir de agora será possível planejar futuras parcerias com os governos municipal e estadual e instituições de ensino. “Um dos parceiros no projeto é o Instituto Integrado de Ciência e Tecnologia, no direcionamento e planejamento de ações futuras, principalmente relacionadas à pesquisa e desenvolvimento de novos produtos”, disse.
“Isso vai impactar a vida das pessoas e traz benefícios para os usuários desses produtos, além do crescimento e desenvolvimento econômico para o município”, destacou a gerente executiva do Instituto, Simone Molina.
A professora da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Aline Pancera, ressaltou o fortalecimento da cadeia produtiva com a participação da comunidade. “Eu vejo isso como um fruto importante para o município, porque traz resultados, números de empregos, mas também traz a voz do empresário e dos agentes da cadeia produtiva”, disse.