Cerca de 66 quilômetros de estradas rurais do Noroeste do Paraná receberam adequações que vão beneficiar o agronegócio regional. A iniciativa foi viabilizada por meio de um termo de convênio entre a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e o Consórcio Intermunicipal da APA Federal do Noroeste do Paraná (Comafen).
Firmada em 2018, a parceria permitiu que os municípios fossem contemplados com uma patrulha rural em sistema de rodízio, por meio do Programa Estradas Rurais Integradas aos Princípios e Sistemas Conservacionistas – Estradas da Integração.
De 2018 até agora, já foram executados 66,16 quilômetros de estradas rurais em Porto Rico (10,29 km), Querência do Norte (14,71 km), Nova Londrina (10,75 km), Santa Isabel do Ivaí (16,05 km), Santa Cruz de Monte Castelo (5,55 km), Marilena (4,12 km) e São Pedro do Paraná (4,70 km).
“Isso representa uma união de esforços dos municípios, com apoio da Seab, para promover a melhoria na trafegabilidade e, consequentemente, o desenvolvimento rural e urbano desses locais”, explica o chefe do Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável (Deagro) da Seab, Márcio da Silva.
A patrulha é composta por dois caminhões-caçamba, um caminhão comboio, uma pá-carregadeira, um rolo compactador, uma motoniveladora, uma escavadeira hidráulica e um trator de esteira.
Como parte do programa, em 2020 o consórcio foi contemplado com um novo convênio que garantiu a compra de aproximadamente 125 mil litros de óleo diesel para abastecimento das máquinas e caminhões, o que permitiu a continuidade das obras nos municípios.
TRABALHO – A Seab presta apoio técnico ao consórcio, além de promover treinamentos e capacitações de gestores municipais e técnicos, e monitorar e avaliar os serviços.
O chefe do núcleo regional de Paranavaí, José Jorge Oliveira Neto, explica que a recuperação das estradas ajuda a preservar os recursos naturais, especialmente a água e o solo, além de reduzir o custo de manutenção das estradas e da produção agrícola. “Com o programa, ajudamos a dar condições técnicas e logísticas para a conservação das estradas, beneficiando a população rural e urbana”, diz.
Entre os beneficiados está Jihad Farhat, morador de Santa Isabel do Ivaí, onde a estrada rural Ramal 20 recebeu adequação. “O serviço prestado ali está de parabéns. Em relação ao que era, a estrada mudou da água para o vinho”, diz.
Sérgio Kawamo, que tem propriedade na estrada Ramal 19, também elogia o resultado. “A estrada ficou ótima. Antes, tínhamos erosão na lateral e sujeira nas cercas. Agora melhorou a visibilidade, que era um grande problema. Agradeço ao governo estadual, Seab, prefeitura e o consórcio Comafen”, afirma.
O presidente do Comafen, Fran Boni, explica que os municípios teriam dificuldades em fazer essas melhorias por conta própria, seja pela quantidade de maquinários ou pela forma de contratação de serviços. “Se não fosse a Patrulha, não conseguiríamos fazer boa parte desses quase 67 quilômetros da forma como está sendo feito, pois não tínhamos essa estrutura. Aqui nosso solo é arenito, então qualquer chuva pesada prejudica as estradas. Agora tem readequação bem feita”, diz.
Atualmente, a Patrulha está em Itaúna do Sul e, segundo Boni, a meta é que os 12 municípios integrantes do consórcio sejam beneficiados.
PROGRAMA – Estima-se que o Paraná tenha aproximadamente 110 mil quilômetros de estradas rurais, que precisam de permanentes melhorias ou adequações. A manutenção dessas estradas é fundamental para o agronegócio, pois melhora a trafegabilidade e o escoamento da produção.
Com recursos escassos para realizar esse tipo de serviço, os municípios contam com auxílio do Estado, que viabiliza contratação de mão de obra, equipamentos, além de custear insumos. O programa ainda colabora para a conservação do meio ambiente ao aliar as melhorias aos princípios e práticas conservacionistas.
A organização de municípios em consórcios ajuda a reduzir custos de ordem técnica, operacional e administrativa. São os consórcios que apresentam os projetos que serão desenvolvidos sob orientação da Seab. Em contrapartida, eles cedem operadores e motoristas, hospedagem, alimentação e transporte dos técnicos, manutenção das máquinas e caminhões, combustíveis, seguro e transporte das máquinas, engenheiros para elaboração de projetos e a estrutura administrativa necessária, como contadores, controle interno, técnicos de nível médio e advogado.