Com apoio do Estado, UEM usa pivô central para capacitar alunos e técnicos em irrigação

O equipamento, adquirido por meio de convênio com a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e parcerias com a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), tem transformado as atividades de ensino, pesquisa e extensão no campo da irrigação. 
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25/03/2025 - 16:20
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O Centro Técnico de Irrigação (CTI) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) deu um salto em tecnologia com a instalação de um pivô central, moderno sistema de irrigação que utiliza uma estrutura giratória em torno de um ponto fixo para distribuir água de forma uniforme sobre grandes áreas agrícolas. O equipamento, adquirido por meio de convênio com a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e parcerias com a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), tem transformado as atividades de ensino, pesquisa e extensão no campo da irrigação. 

O professor do Departamento de Agronomia (DAG), do Centro de Ciências Agrárias (CCA), Roberto Rezende, destaca que o novo equipamento de irrigação trouxe um grande avanço para o CTI.

“O pivô central é fundamental para intensificar e aprofundar os ensinamentos para os alunos tanto na parte de ensino como também no desenvolvimento das pesquisas e no trabalho de extensão, divulgando os avanços tecnológicos do setor. O equipamento é o que há de mais perfeito no mercado para executar irrigações, pois faz de maneira muito eficiente, particionando as lâminas, aplicando a lâmina desejada em tempos bem curtos de aplicação”, frisa. 

O reitor da UEM, Leandro Vanalli, afirma que, ao oferecer estrutura de ponta para capacitação de estudantes e profissionais do setor, a UEM reafirma seu compromisso com a inovação e o desenvolvimento sustentável da agricultura irrigada. "Esse é um exemplo de como a universidade pública contribui diretamente para o avanço da produção agrícola e o uso eficiente dos recursos hídricos”, destaca. 

Dois estudantes do 5º ano de Agronomia destacam a importância do novo sistema para a formação deles. Para o aluno João Gomes, de 21 anos, a experiência prática complementou o conteúdo aprendido em sala. “Poder aprender na prática com esse novo sistema de irrigação que a gente tem na UEM foi uma experiência enriquecedora, porque com isso melhorou a parte teórica que aprendemos em sala com os nossos professores”, diz.  

João também chama atenção para a tecnologia embarcada no equipamento. “O que mais chamou a atenção é que podemos operar o equipamento à distância pelo celular. Isso traz uma praticidade muito grande para a gente, vai auxiliar muito nos diversos projetos que temos ali no entorno desse pivô central”, afirma. 

“Como a água é um dos principais fatores que impactam a produção agrícola, e considerando o crescimento das áreas irrigadas no Brasil, poder ver esse sistema em funcionamento me dá a oportunidade de, no futuro, atuar na área com um diferencial. Nem todas as instituições, como nós da Agronomia UEM, contam com um equipamento desse nível tão próximo ao aluno, o que nos prepara melhor para o mercado de trabalho”, avalia. 

O estudante Tiago Dutra, de 21 anos, também diz que o contato direto com o equipamento foi decisivo para consolidar seus conhecimentos sobre o sistema de irrigação. “Na prática, foi muito importante para mim como estudante de Agronomia, porque ela proporcionou um maior entendimento daquilo que é visto dentro da sala de aula, fazendo com que a gente saia da teoria para ir para algo mais concreto”, avalia.

Além de fortalecer a formação dos estudantes de Agronomia, o Pivô Central também tem impactado positivamente a capacitação de profissionais do setor que atuam em órgãos públicos do Governo do Paraná e também de cooperativas. O CTI já promoveu dois cursos de Treinamento em Irrigação. A primeira turma foi composta por 20 técnicos do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR), vinculado à Seab, e a segunda turma, ainda em andamento, está capacitando 18 agrônomos e extensionistas do IDR, do Instituto Água e Terra (IAT) e de cooperativas. 

“A UEM está fazendo o papel dela que é formar recursos humanos, transferir conhecimento e preparar profissionais para atuar de maneira coerente e eficiente no que diz respeito à utilização de recursos hídricos, o que é uma grande preocupação não só do Paraná, mas do mundo. Estamos contribuindo com a agricultura irrigada do Paraná”, avalia Rezende.

IRRIGA PARANÁ – Em agosto do ano passado o governador Carlos Massa Ratinho Junior lançou o Programa Estadual de Irrigação (Irriga Paraná). A iniciativa visa incrementar em 20% a área irrigada no Paraná com investimentos que somam cerca de R$ 200 milhões, entre linhas de crédito com juros subsidiados e pesquisa científica.

Dos R$ 200 milhões que serão investidos dentro do Irriga Paraná, R$ 150 milhões são para linhas de crédito para estímulo à instalação de sistemas de irrigação. São R$ 78 milhões via Banco do Agricultor Paranaense (por meio da Fomento Paraná, com subsídio da taxa de juros), R$ 42 milhões pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e R$ 30 milhões via Fundo de Equipamento Agropecuário do Paraná (FEAP), gerido pela Seab. A execução do programa é feita pelo Sistema Estadual de Agricultura (Seagri).

O Paraná conta com um baixo número de áreas irrigadas. Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), apenas 3% da área utilizada para lavouras conta com sistema de irrigação, o equivalente a 170 mil hectares. Desse total, 100 mil hectares ficam no Noroeste (área onde há menor disponibilidade de água e temperaturas mais elevadas), 15 mil hectares na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e o restante, 55 mil hectares, distribuídos pelas outras regiões.

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