Com apoio do Estado, 200 jovens vão atuar como agentes cooperativistas no campo

Termo de fomento assinado em abril prevê investimento de R$ 448 mil do Estado e contrapartida de R$ 32 mil da Unicafes na capacitação de jovens para governança, gestão e desempenho comercial nas cooperativas da agricultura familiar. O projeto beneficiará diretamente 200 jovens de 20 cooperativas.
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26/07/2024 - 15:00

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A União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Paraná (Unicafes) lançou nesta quinta-feira (25) o edital de seleção para jovens que atuarão no Programa de Agentes Cooperativistas Jovens (Projovem). O projeto beneficiará diretamente 200 jovens de 20 cooperativas. A ação fez parte do Encontro Estadual de Cooperativas da Agricultura Familiar de Economia Solidária, que encerrou nesta sexta-feira (26), na sede da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), em Curitiba.

Ele é fruto de termo de fomento assinado em abril com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), no valor de R$ 448 mil, com R$ 32 mil de contrapartida. O objetivo é ampliar a participação de jovens mulheres e homens (distribuídos de forma equitativa) como estratégia de desenvolvimento social e econômico de cooperativas da agricultura familiar. Os focos são o aprimoramento da governança, gestão e desempenho comercial.

“A parceria é muito importante porque o sistema de cooperação faz a diferença na vida dos agricultores familiares, empodera, e faz a renda ficar com quem produz”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza. “O Estado quer ser parceiro e criar uma segunda onda de cooperativismo no Paraná".

Ele também afirmou que o ambiente rural está envelhecendo. Um dos motivos é a juventude que não tem encontrado no campo o que gostaria, como internet boa, renda confortável e qualidade de vida. “A hora em que conseguirmos reduzir a penosidade, dar condições de conectividade e proporcionar atividades rentáveis ele vai ficar, e é para isso que precisamos trabalhar”, conclamou.

Por isso considerou importante a parceria no Projovem. “Poderemos discutir o desenho que queremos para a juventude paranaense rural”, salientou. “Um desenho que faça com que o jovem fique no campo não por exclusão, mas por opção. Ele tem de perceber que isso é importante”.

ÊXODO – De acordo com a recém-empossada presidente da Unicafes Paraná, Aline Pasda, um dos objetivos da entidade ao propor políticas voltadas para o jovem é a redução do êxodo rural. “Além de colocar a qualificação dentro da gestão das cooperativas, temos esse olhar de cuidado para que o êxodo rural vá cessando, para que a gente tenha um novo olhar para essa parte lá no campo”, disse.

Do total de recursos colocados pelo Estado, R$ 60 mil serão para o desenvolvimento de material didático para cursos presenciais e por plataforma de ensino a distância; outros R$ 80 mil para organização de turmas regionais; e os R$ 308 mil restantes serão empregados em desenvolvimento e implementação de soluções organizacionais e para o pagamento de bolsas para a contratação dos jovens.

PLANO SAFRA – Na manhã desta sexta, o secretário da Agricultura Familiar e Agroecologia, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Vanderley Ziger, apresentou, no mesmo evento da Fetaep, o Plano Safra 2024/25 da Agricultura Familiar. Para esse segmento foram destinados R$ 76 bilhões. Ele acentuou que o Paraná precisa voltar a ser protagonista na captação dos recursos.

“Estamos aqui para assumir compromissos juntos, para que voltemos a ser protagonistas nisso, que o governo do Estado, o governo federal, os bancos e os movimentos estejam na mesma pegada, na mesma percepção, entender quais são os gargalos que se têm para avançar, para reconstruir, para repensar inclusive o nosso modelo, nosso sistema de financiamento”, disse.

Segundo ele, o Governo do Paraná tem apresentado boas oportunidades, com programas como o Coopera Paraná e o Banco do Agricultor Paranaense. “Um destaque para a redução da taxa de juros em várias linhas, isso é uma boa decisão”, salientou Ziger. “O Plano Safra é nacional, mas fazer a transformação na vida das pessoas é fundamental, portanto não dá para admitir que nosso Estado tenha redução, queremos voltar a ter esse protagonismo”.

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