Com apoio do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), cerca de 3 mil crianças e adolescentes já passaram pelo Projeto Vida e Arte, que hoje mantém núcleos nos bairros Portão e Uberaba, em Curitiba. Ele trabalha em um novo em processo de abertura em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, e no Parolin, também na Capital.
O projeto sociocultural de atividades com artes musicais tem o objetivo de incluir culturalmente crianças e adolescentes de Curitiba e propósito de criar bons conceitos de cidadania e convivência social. Fundado pelo Pastor Paulo Davi, oferece aulas de prática instrumental e teoria musical com o instrumento escolhido pelo aluno.
Há possibilidade de um curso preparatório para o vestibular de Belas Artes, já prestado por alguns participantes do projeto após sua graduação, que hoje trabalham profissionalmente na área musical. As aulas são ministradas por professores formados, que atendem a uma metodologia voltada não apenas para o ensino da música, em si, mas também para o acolhimento do aluno, de forma a garantir seu desenvolvimento como pessoa, com a família e a sociedade.
Esse trabalho tem o apoio do BRDE por meio da Lei de Incentivo à Cultura 8.313 de 23/12/1991. Os recurso auxiliam na manutenção do projeto, na compra de novos instrumentos e remuneração dos professores. O próximo edital para inscrição de projetos da lei de incentivos fiscais está previsto para ser aberto final de junho.
“Essa é uma política instituída no banco, que por meio de chamamento público escolhe bons projetos sociais e culturais para serem apoiados por nossos incentivos. Dessa forma estamos devolvendo à sociedade um pouco daqueles resultados que o banco tem e fazendo com que haja promoção social para todos”, explica o presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski.
Segundo o gestor administrativo do programa, Hélcio Pimentel, o BRDE é um dos grandes incentivadores do Projeto Vida e Arte. "Os professores dedicam praticamente o tempo integral no projeto, e para isso eles são remunerados. O projeto sobrevive graças aos incentivadores e doações diretas de pessoas físicas. Se não fossem esses apoiadores, entre eles o BRDE, o projeto não existiria hoje”, disse.
O coordenador pedagógico e diretor musical do Projeto Vida e Arte, Douglas Silva, que também é maestro da orquestra do programa e abdicou de sua carreira profissional como produtor musical para trabalhar integralmente no projeto, afirma que ficou impressionado com o impacto das aulas na vida das crianças.
“A pessoa entra no projeto totalmente desmotivada pelo meio que vive, pela situação em que se encontra, e nós notamos claramente no rosto e no olhar de cada um a transformação e a motivação que se forma. Elas começam a se sentir capazes, começam a vislumbrar um futuro diferente daqueles que vivenciam onde estão inseridos. Elas são transformadas pela arte”, afirmou.
A orquestra realiza dois concertos por ano. O próximo acontecerá no dia 30 de junho, às 20 horas na Primeira Igreja Batista de Curitiba (PIB). Os ingressos para o recital, com tema “Trem da Vida”, já estão disponíveis para compra. Para participar do projeto, o interessado deve entrar em contato com a equipe através do telefone (41) 998851313, redes sociais (@projetovidaearteoficial) ou pelo endereço eletrônico.
Desde 2010, o Projeto Vida e Arte tem dado aos seus alunos formação técnica completa na área musical, com aulas de instrumento individual, teoria musical, prática coletiva, além de formarem uma orquestra com alunos atuais e já graduados. Os participantes se reúnem três vezes por semana, para ter aula de uma matéria por dia e, como os alunos entram no programa sem saber muito de música, levam aproximadamente quatro anos para se formar.
“O projeto é contínuo, mesmo após a sua formação. O aluno permanece no projeto, podendo participar da orquestra e dos concertos musicais. Muitos deles se tornam monitores do próprio projeto, para ajudar os novos alunos”, disse Hélcio Pimentel.
Segundo ele, um dos propósitos do Projeto Vida e Arte é tirar crianças e adolescentes de áreas mais vulneráveis. “É para formar cidadãos, não só para ensinar as pessoas a tocarem um instrumento. Sabemos dos benefícios que a música traz, desestressa, aumenta aptidões pessoais, mas a ideia é oportunizar uma melhor qualidade de vida, ampliar horizontes. Temos notado isso através dos relatos de muitos pais, que os filhos têm melhorado no comportamento. Então a motivação não é só ensinar música, mas dar uma oportunidade para a transformação de vidas”, arrematou.
LEIS DE INCENTIVO FISCAL – Em 2021, o BRDE destinou R$ 4,6 milhões, por meio das leis de incentivo fiscal, igualmente distribuídos entre Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. No Paraná, 37 projetos receberam apoio no valor de aproximadamente R$ 1,8 milhão. Para quem deseja cadastrar seu projeto para receber aporte por parte do BRDE, o cadastro inicia em junho e vai até outubro no endereço eletrônico.