Após duas semanas de trabalho com as equipes de rondonistas que executaram 878 ações relacionadas à cultura, direitos humanos, educação, inclusão social, meio ambiente, saúde e tecnologia, a edição 2024 da Operação Rondon Paraná foi encerrada na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), no câmpus Santa Cruz, em Guarapuava, no sábado (20). Mais de 40 mil pessoas foram beneficiadas em 11 municípios do Estado. Ao todo, 222 alunos de graduação e 50 professores estavam envolvidos nas atividades.
Com coordenação da Secretaria estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), a cada ano a operação é realizada em diferentes municípios do Paraná. Nessa edição a região selecionada para o desenvolvimento das atividades foi o Centro-Sul paranaense. A programação contemplou os municípios de Boa Ventura de São Roque, Candói, Cantagalo, Foz do Jordão, Goioxim, Inácio Martins, Pitanga, Prudentópolis, Reserva do Iguaçu, Santa Maria do Oeste e Turvo.
Além da Unicentro, que integrou a coordenação da operação e foi ponto de partida dos estudantes, estiveram envolvidas as universidades estaduais de Londrina (UEL), de Maringá (UEM), de Ponta Grossa (UEPG), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar). Outras três instituições de ensino superior participaram como parceiras e integraram as equipes: Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e os centros universitários Campo Real e Uniguairacá.
O secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, ressaltou a importância das universidades paranaenses no desenvolvimento sustentável do Estado. “As universidades têm o compromisso de ajudar o país a se desenvolver, isso demonstra a relevância da Operação”, afirmou. “É uma relação de troca, a universidade se transforma, não só ao auxiliar na resolução de desafios das comunidades atendidas, mas também aprimorando a formação cidadã e humana de todos os rondonistas”.
PROGRAMAÇÃO – Com duas equipes por município, as atividades foram realizadas por docentes e estudantes de administração, biologia, ciências da computação, enfermagem, fisioterapia, jornalismo, direito, economia, geografia, história, medicina, medicina veterinária, odontologia e publicidade e propaganda. Para planejar as ações foram identificadas demandas da população em reuniões entre os professores coordenadores e os gestores municipais, em visitas antes da operação.
A coordenadora institucional da operação na Unicentro, Mônica Nunes, participou de ações em uma escola em Inácio Martins e evidenciou a influência que a operação tem nos participantes. “Percebemos que os alunos não querem que a operação termine pois em poucos dias eles sentem que aquilo mudou sua visão de mundo e os professores de diversas áreas, trabalhando de forma conjunta, desenvolvem projetos que não seriam facilmente executados em outro contexto. Isso é algo transformador”, afirmou.
Para o estudante do curso de Educação Física da UEL, Felipe Campanhã, o impacto positivo de atuar como rondonista é um diferencial para seu desenvolvimento pessoal. “Entrar em contato com uma população com uma realidade diferente em uma cidade onde nossa ajuda faz a diferença é muito gratificante”, afirmou. “Fiquei responsável por uma oficina de saúde mental e alongamento com professores e merendeiros de uma escola e ouvi alguns relatos que mexeram muito comigo, sobre coisas completamente fora da nossa realidade”.
Em Boa Ventura de São Roque, oficinas relacionadas à educação financeira, ingresso no mercado de trabalho e relações interpessoais foram destaque entre os participantes. Meio ambiente e educação foram temáticas recorrentes para os moradores de Cantagalo, com palestras e oficinas sobre reaproveitamento de materiais para a população em geral e especificamente para produtores rurais. O destaque em Candói ficou para o empreendedorismo, com oficinas de artesanato, produção de conservas e customização de roupas.
Utilizando temáticas de cultura e saúde, os rondonistas organizaram atividades para diversos públicos em Goioxim, desde conversas com profissionais da saúde sobre a interação com pacientes, até atividades de estímulo à memória para pessoas idosas, com o auxílio da música.
Em Foz do Jordão, foram promovidas oficinas que abordaram o respeito aos direitos humanos e com funcionários públicos da cidade. As equipes em Santa Maria do Oeste organizaram ações artísticas e culturais, voltadas para a expressão individual e o resgate étnico-cultural.
As crianças de Pitanga participaram de atividades lúdicas, que abordaram temas variados como bullying, química para crianças e musicalização. O público infantil também foi contemplado com ações em Reserva do Iguaçu. Houve exibições de filmes seguidas de conversas sobre a obra, oficinas de artesanato e atividades de conscientização ambiental. Em escolas e colégios de Inácio Martins as ações tiveram o foco na saúde da população, com oficinas de ginástica laboral, higiene pessoal e primeiros socorros.
A população idosa de Prudentópolis pôde participar de oficinas educativas sobre a higiene de próteses dentárias e atividades de socialização, que incluíram oficinas de pinturas, confecção de miçangas e utilização de ervas medicinais. Comunicação e educação estiveram aliadas no desenvolvimento das atividades para servidores municipais de Turvo. Foram ações que englobaram temas relacionados à saúde mental, inclusão de alunos especiais, uso de tecnologias no combate às notícias falsas entre outras atividades.
DOCUMENTÁRIO – Na edição de 2024, uma equipe de alunos e professores da Unicentro ficou responsável pela cobertura das ações e produção de um documentário com rondonistas e moradores das comunidades atendidas. Durante o encerramento, uma versão compacta desse material foi exibida, mostrando uma parte das atividades realizadas e reunindo depoimentos das pessoas atendidas, alunos e professores coordenadores.