Colégios da rede estadual promovem nesta semana atividades relacionadas ao Dia da Consciência Negra, comemorado neste sábado (20). O Ceebja (Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos) Campo Comprido, em Curitiba, foi um dos que promoveram atividades para fomentar na comunidade escolar a reflexão sobre o combate ao racismo.
Na quarta-feira (17), a escola realizou uma mesa de discussões com a jornalista Dulcinéia Novaes; seu filho, Flávio Novaes, entusiasta da arte negra; e com a professora Sueli de Jesus Monteiro, que leciona Língua Portuguesa no colégio. Além da conversa, houve apresentação do músico Beto Capeletto e mostra de vídeo e painéis sobre cultura afro.
“É importante que o nosso jovem conheça a cultura negra”, diz o diretor Natel Marcos Ferreira. “A escola tem hoje o importante papel de incentivar o estudante a pensar nas relações sociais, refletir e entender como fazer a sua parte. Nesse evento, acredito que conseguimos sensibilizar os nossos alunos a respeito dessa questão”.
A aluna Rosana Aparecida Gonçalves, de 49 anos, participou do evento e compartilhou um poema que escreveu para a ocasião. “Mulher negra/ Nossa raça, um exemplo/ De uma luta constante/ Que no futuro venceremos!”, dizem os versos finais do texto da estudante, que também trabalha no Hospital Pequeno Príncipe. “Na Noite da Consciência Negra [evento no Ceebja], me senti uma pessoa reconhecida; percebida pelas pessoas. Me senti importante”, diz.
ATIVIDADES - Outra escola que promoveu ações de consciência negra foi o Colégio Estadual Cívico-Militar Eleutério Fernandes de Andrade, em Quitandinha. Os estudantes do 6º ano aprenderam com a professora Anna Karolina Debacco sobre as máscaras africanas. Eles estudaram a forma, a simetria e como esses objetos eram utilizados em cerimônias religiosas. Depois, cada estudante pôde confeccionar a sua própria máscara.
Já no Colégio Estadual do Campo Antônio Lacerda Braga, na Lapa, Região Metropolitana de Curitiba, o professor Elídio Budziacki, de História, fez uma rodada de debates com os alunos do 1º ano do Ensino Médio. Eles falaram, por exemplo, sobre as causas da evasão escolar de alunos negros e indígenas e sobre as ações afirmativas de resgate e prevenção que devem ser realizadas pelo Estado.