Centro Socioeducativo do Paraná promove concerto com o pianista Leonardo Hilsdorf

Por meio de projetos culturais, Centro Socioeducativo de Londrina busca trazer alívio ao dia a dia dos adolescentes e jovens que estão na unidade, e apresentar a eles uma oportunidade de recomeçar suas vidas através da arte.
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13/10/2022 - 13:10

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Música clássica, acesso à cultura, formação e um ambiente cheio de energias positivas. Este foi o cenário do Centro Socioeducativo de Londrina (Cense Londrina II), da Secretaria de Justiça, Família e Trabalho, nesta quinta-feira (13). O local foi palco de uma ação inédita em todo o Brasil, na qual os 30 jovens e adolescentes internados conheceram, ao vivo, o pianista Leonardo Hilsdorf, um dos profissionais mais reconhecidos na área.

O Projeto chama-se “aCORdes para a Liberdade”, e oferece aulas de piano online para os internos. A participação de Hilsdorf é fruto da união entre os funcionários do Cense e a maestrina Irina Ractheva, a assistente social Andressa Cândido e o outro pianista, Vinicius Talhaferro Bota. 

Hilsdorf foi convidado para participar de um evento de contação de histórias com os adolescentes e apresentou uma proposta que foi além. Buscando conhecer a realidade da socioeducação, demonstrou interesse em ministrar aulas de piano online aos educandos, assumindo ainda o compromisso de doar um piano e articular outros colegas para contribuir com o projeto.

“Eu sou bastante entusiasmado com esse projeto, porque acredito que a música pode mudar a vida de jovens, que muitas vezes são privados de muitas coisas. Assim eles se conectam com algo belo, com os sentimentos, com o mundo interior que é muito importante para eles que vivem neste ambiente. Além disso, a música proporciona disciplina, coordenação cognitiva e tantos outros benefícios, sou muito grato por poder ter esse contato com os jovens e adolescentes e saber que de alguma maneira contribuo para a mudança de vida deles”, afirmou.

Para o secretário de Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), Rogério Carboni, ações como essa, são essenciais para que os jovens e adolescentes, possam cada vez mais, ter vontade de uma vida melhor. “Em um tempo no qual paira a ideia da impunidade, do desconhecimento da população sobre o processo de responsabilização cabível aos adolescentes em conflito com a lei, ações como esta abrem portas e janelas à cultura, como instrumento de aprendizado e formação pessoal por intermédio daqueles que decidem e se dispõem fazer a diferença”, enalteceu.

A ideia nasceu da iniciativa da assistente social Andressa Cândido, que percebeu o potencial transformador de vida, por meio da cultura. “Muitos adolescentes e jovens que estão aqui, não tiveram esse encontro com a cultura anteriormente” explicou. “Com projetos como esse, ou como o Clube da Leitura, queremos os colocar como protagonistas de suas histórias. No nome do projeto, utilizamos a palavra COR em maiúsculo, para mostrarmos que mesmo em um ambiente de cumprimento de medidas socioeducativas, é possível sim, encontrar as cores, a alegria”.

TRANSFORMAÇÃO – Realizado desde abril de 2021, a partir da incompletude institucional, o projeto conta com parcerias, que oportunizem maior interação e integração dos adolescentes com a comunidade externa. Nesse sentido, a musicalização vira experiência artística e cultural, instrumento de conhecimento, descobertas, desenvolvimento pessoal e liberdade de expressão.

“Pra mim, as aulas eram mais do que conhecimento, era meu momento de alívio, de conseguir esquecer por algum tempo que eu estava ali, sem ter pra onde ir. A música pra mim foi decisiva, já que foi durante os nossos encontros com o professor que decidi que era isso que eu queria para a minha vida. Hoje vejo que ganhei muito mais do que aulas de música e sim, conhecimento para a vida”, relatou B., de 19 anos, do sistema de socioeducação.

Já adolescente G., de 13 anos, que teve seu primeiro contato com o teclado a partir do projeto e está participando há mais de duas semanas, avalia a ação como positiva. “Nunca tinha tido contato com esse tipo de música, sempre gostei de ouvir funk, mas agora comecei a gostar de outras coisas também. Quando estou na aula de piano, fico mais animado, tenho mais foco pra enfrentar os desafios”, ressaltou.

Para S., 15 anos, que teve sua primeira aula, a experiência foi um momento de refúgio, de olhar com outros olhos para este momento. “Eu consegui enxergar que há outras cores aqui dentro, que vão além do cinza”, finalizou.

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