O muro alto de cor clara e o imenso portão branco de ferro abrigam uma estrutura que vai mudar o perfil da ressocialização de jovens e adolescentes de Toledo, na Região Oeste do Paraná. Lá dentro, uma grande residência com 374 metros quadrados de área construída, passou a abrigar desde maio a Casa de Semiliberdade da cidade. O espaço foi projetado para atender até 18 adolescentes em restrição de liberdade parcial imposta pela Justiça. O investimento do Governo do Estado foi de R$ 1.356.000,00.
“No Estado do Paraná o cuidado com a criança e o adolescente é prioridade absoluta. Desde o início da gestão buscamos adotar medidas que garantissem os direitos dos adolescentes que cumprem medidas protetivas. Por isso a construção desses espaços adequados, especializados e com toda a estrutura para ajudar na ressocialização desses jovens”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
“O compromisso do Governo do Estado é de qualificar a rede de atendimento juvenil, fazendo do Sistema de Socioeducação do Paraná referência nacional”, completou o governador.
A estrutura está pronta e conta com dormitórios, refeitório e área de lazer. Além disso, uma horta vai ajudar na preparação da alimentação diária, produzida na própria unidade. Os adolescentes serão responsáveis por cuidar da plantação.
“Investir em novas unidades socioeducativas é também investir no processo de ressocialização dos adolescentes. Além de todo o acompanhamento educacional, cultural e lúdico, é necessário que os jovens tenham todas as condições e garantias dos seus direitos durante o seu período lá dentro, em cumprimento da lei”, destacou o secretário de Estado da Justiça, Família e Trabalho, Mauro Rockenbach.
AMPARO – Porém, bem mais do que a estrutura física, o diretor da Casa de Semiliberdade de Toledo, Germano Luciano da Silva, ressaltou o amparo social que os jovens terão para retomar a vida. O corpo técnico é formado por psicóloga, assistente social e pedagoga, além de 11 educadores. Profissionais especializados em ressocialização.
“São jovens em progressão de medida, que já passaram por um internamento fechado, ou que receberam como primeira medida morar na Casa de Semiliberdade”, afirmou Rockenbach.
Ele explicou que a lógica da casa gira em torno do pertencimento do adolescente à comunidade de origem. Ou seja, proporcionar cursos e trabalho durante o dia para que o jovem possa apenas pernoitar na residência.
“E, nos fins de semana, liberá-los para que possam ficar com a família, fortalecendo essa relação. Sempre, claro, com acompanhamento integral”, contou Silva. “É a busca por estreitar laços familiares”, completou o agente de segurança socioeducativo, Sandro de Moraes. Por causa da pandemia do novo coronavírus, a casa está fechada temporariamente.
REDE DE APOIO – O Paraná conta atualmente com nove Casas de Semiliberdade, localizadas em oito municípios: Londrina, Cascavel, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Paranavaí, Umuarama, Toledo e Curitiba, que tem duas estruturas. São 133 vagas, com sete exclusivas para mulheres.
CENSE – Além da Casa de Semiliberdade, Toledo ganhou recentemente um novo Centro de Socioeducação (Cense). Com capacidade para 60 internos, o espaço também começou a funcionar no fim de maio. O investimento na unidade foi de R$ 14 milhões, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), dentro de um programa da Secretaria da Segurança Pública, e do Tesouro do Estado.
A diferença para a Casa de Semiliberdade é que no Cense o adolescente fica internado em período integral, realizando atividades educacionais e oficinas dentro do próprio complexo.