O projeto Carretas do Conhecimento ajuda na qualificação profissional de egressos do sistema penal e de pessoas monitoradas. Nesta sexta-feira (14), mais uma turma de sete alunos concluiu a formação no Curso de Manufatura e Prototipagem, em Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná. Somada a outras turmas de 2024, chega a 70 o número de pessoas deste público que tiveram acesso a diversos cursos.
Iniciativa do Governo do Estado, o projeto Carretas do Conhecimento é formado por unidades itinerantes adaptadas para salas de aulas e tem como objetivo qualificar a população paranaense para o mercado de trabalho. Por meio de parceria entre a Polícia Penal do Paraná (PPPR) e a secretaria estadual do Trabalho, Qualificação e Renda, ele abrange, também, pessoas que estão saindo ou saíram recentemente do sistema penitenciário. Essa ação cria mais oportunidades para quem busca uma nova chance.
As pessoas que passaram pelo sistema prisional e pelo projeto Carretas do Conhecimento recebem uma formação profissional em áreas demandadas pelo mercado, com o apoio de professores e equipamentos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-PRI).
ESTRUTURA DE APOIO - Os Complexos Sociais da PPPR são essenciais para o sucesso de iniciativas como esta, oferecendo serviços integrados que vão desde a regularização de documentos pessoais até suporte jurídico, educacional e psicológico.
A infraestrutura dos complexos inclui Escritórios Sociais, Patronato Penitenciário, Central Integrada de Alternativas Penais (CIAP) e Núcleos de Atendimento a Pessoas Monitoradas (Nupem), que atuam com equipes especializadas no acompanhamento de penas em regime aberto, semiaberto com monitoração eletrônica e penas alternativas.
CURSOS - De janeiro de 2024 até fevereiro de 2025, os Complexos Sociais localizados em Curitiba, Francisco Beltrão, Cascavel e Foz do Iguaçu formaram 70 pessoas. Elas fizeram cursos em áreas como soldagem, instalações elétricas, manufatura e prototipagem, além de manutenção de ar-condicionado.
Os cursos, com carga horária de 96 horas, contemplam 8 horas de conteúdo complementar comum a todos os alunos, que abordam temas como desafios do mercado de trabalho, elaboração de currículos e etapas de processos seletivos, preparando-os para uma reintegração mais eficaz ao mercado de trabalho.
SUPORTE - A cada ano, a parceria entre a PPPR e a Secretaria do Trabalho, Qualificação e Renda tem mostrado os frutos de um trabalho conjunto. Todas estas pessoas que foram qualificadas adquiriram habilidades técnicas e, ao mesmo tempo, receberam auxílio no valor de R$ 600,00 mensais destinado a cobrir despesas com transporte e alimentação.
Esse suporte é essencial para garantir que as condições financeiras não sejam um obstáculo ao acesso à qualificação.
“Conseguimos formar 70 egressos do sistema prisional em cursos profissionalizantes, o que é um reflexo do compromisso da Polícia Penal com a reintegração social. A parceria com a Secretaria do Trabalho, Qualificação e Renda continua sendo essencial para proporcionar novas oportunidades a essas pessoas que estão reiniciando suas vidas após o cárcere”, diz Ananda Chalegre, diretora-geral da Polícia Penal do Paraná.
“Para 2025, temos boas expectativas e continuaremos investindo na qualificação e no apoio a essas pessoas, que agora têm mais chances de recomeçar com dignidade e contribuir positivamente para a sociedade”, afirmou.
Para o secretário do Trabalho, Qualificação e Renda, Mauro Moraes, a parceria tem se mostrado um caminho promissor para a reinserção social e econômica desses grupos, que muitas vezes enfrentam dificuldades para retornar ao mercado de trabalho.
“É com grande satisfação que celebramos mais uma etapa do projeto. Os cursos oferecidos são uma oportunidade de recomeço, de adquirir novas habilidades e de construir um futuro diferente. O governo está empenhado em investir em iniciativas como essa, que promovem a inclusão e a cidadania”, destacou Moraes.
A empregabilidade se destaca como uma das competências mais eficazes no processo de reintegração social. Pesquisas comprovam que a falta de acesso a oportunidades de emprego e o uso de drogas estão entre os principais fatores que contribuem para a reincidência criminal.
“Nesse contexto, os cursos oferecidos aos egressos nos Complexos Sociais estão alinhados às diretrizes institucionais que buscam promover uma inserção social equilibrada e sustentável, afirma o diretor dos Complexos Sociais, Rodrigo Fávaro.
“Essas iniciativas não apenas capacitam os egressos, mas também abrem portas para empregos com remuneração digna e ocupações que proporcionam uma nova perspectiva de vida, fortalecendo sua autonomia e afastando-os de ciclos de vulnerabilidade”, explica.