A Controladoria-Geral do Estado (CGE) começou nesta segunda-feira (02), Dia Nacional contra o Assédio Moral, sua campanha institucional para preservar o ambiente de trabalho saudável. A primeira ação foi a palestra “As múltiplas faces do assédio”, da professora doutora Ariane Pereira e o anúncio de uma capacitação sobre o tema. O vídeo está disponível no canal CGE PR no YouTube, e outros materiais podem ser consultados no Instagram da CGE (@cge_pr) ou no site do órgão.
Para o controlador-geral do Estado, Raul Siqueira, tanto o assédio moral quanto o assédio sexual comprometem a saúde do servidor e corrompem as relações de trabalho. “É determinação do governador Carlos Massa Ratinho Junior que a CGE promova ações de combate ao assédio, a fim de tornar o ambiente de trabalho cada vez mais saudável e respeitoso”, afirmou.
“Nossa política de gestão e de compliance é de propiciar o desenvolvimento e a capacitação dos servidores e, com isso, garantir a boa condução da administração pública. O raciocínio para saber se sua conduta ou comportamento é inadequado é: coloque-se no lugar do outro”, completou Siqueira.
Ele anunciou uma nova capacitação que estará disponível na Escola de Gestão, vinculada à Secretaria da Administração e da Previdência. Esse curso tem duração de 24 horas e pode ser feito pelo servidor a qualquer momento.
No ano passado, o Governo do Estado editou o decreto 7.791/2021 que traz medidas de proteção à identidade dos denunciantes. “A campanha no mês de maio é compromisso para inibir assédios e instrumentalizar o servidor. Orientamos as vítimas a denunciarem na Ouvidoria e a amealharem provas, para que o processo seja bem instruído e se consiga adequar a punição”, detalhou Gil Souza, diretor de Auditoria, Controle e Gestão.
WEBINAR – A professora Ariane Pereira coordena o Projeto Florescer – universidade como propulsora de políticas públicas para mulheres, da Unicentro, em Guarapuava, desde 2018. Ela foi a convidada pela Coordenação de Desenvolvimento Profissional para falar com os servidores.
A pesquisadora reforçou que combater o problema passa por dar nome e forma a ele. “Cerca de 80% dos casos de assédio são cometidos contra mulheres, mas a transformação precisa envolver todos os gêneros. Nossas práticas socioculturais estão baseadas na sociedade patriarcal e machista, o que interfere no modo de ser e estar no mundo”, refletiu Ariane.
Ela ressaltou que, como o comportamento é individual, o limite também é dado pela pessoa, quando se fala em invasão de espaço. “Calar não é consentir. A pessoa pode se sentir constrangida em falar ou se opor a alguma observação ofensiva. Às vezes até por desconhecer o que é assédio”, detalhou a professora. Ariane completou que se a pessoa se sentiu ameaçada ou sentiu medo, o comportamento que causou esses sentimentos com certeza foi assédio.
De acordo com Ariane, a própria sociedade naturaliza comportamentos violentos de homens e costuma julgar a vítima, que se sente intimidada por imaginar o que “os outros vão pensar”. Ela comentou os comportamentos normalmente usados para intimidar e desqualificar mulheres. “A responsabilidade é sempre do assediador, não podemos compactuar com a cultura do estupro”, completou.
PARTICIPAÇÕES – Luciana Azevedo, diretora-geral da Seap, reforçou o compromisso do Estado com a defesa do ser humano, com a proteção e promoção das pessoas e do ambiente de trabalho que possibilite o pleno desenvolvimento das capacidades individuais. O webinar foi acompanhado pelos coordenadores de Integridade e Compliance, Paulo Palacios; de Ouvidoria, Yohhan de Souza; de Desenvolvimento Profissional, Mirian Simões; de Transparência e Controle Social, Matheus Gruber; de Corregedoria, Marçal Albuquerque; e de Controle Interno, Wesley de Paula.
Denúncias na Ouvidoria-Geral
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