“Carnaval – todo mundo brinca, mas com respeito!”. Este é o tema da campanha lançada pela Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho para conscientizar a população sobre a importância de um Carnaval inclusivo e mais protegido para crianças, adolescentes, mulheres, pessoas com deficiência e idosos.
“A operação Carnaval Protegido vai contar com apoio da Força-Tarefa Infância Segura, em parceria com a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Polícia Científica e Conselho Tutelar para conscientização e prevenção de crimes e violências contra crianças e adolescentes e no combate à exploração sexual infantil”, explica o secretário Ney Leprevost.
Serão distribuídas pulseiras plásticas para identificação das crianças. Para ajudar a população a denunciar situações de negligência, abuso, abandono, discriminação e violência, serão distribuídos cartazes e folhetos explicando como ajudar as vítimas a procurar apoio, acionando o telefone Disque Denúncia 181. Os materiais serão divulgados também pelas redes sociais.
“A população será informada, por exemplo, que a venda ou o fornecimento de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos é crime, com pena de detenção de dois a quatro anos”, destaca o chefe do Departamento de Justiça e coordenador da Força-Tarefa Infância Segura, Felipe Hayashi.
A campanha ressalta, ainda, que importunação sexual é crime, com pena de um a cinco anos de prisão, e que os idosos precisam de cuidados mesmo durante feriadão. “O abandono, apropriação de bens, violência física ou psicológica são crimes com pena de seis meses a três anos de prisão”, informa Hayashi.
CURITIBA - As ações da Força-Tarefa Infância Segura em Curitiba vão se concentrar em eventos no fim de semana na área central da cidade. No sábado (22), a operação acontece no 1º Carnaval Nerd, Geek e Cosplay, a partir das 13h30, com concentração na Praça Santos Andrade, no baile infantil na Rua Marechal Deodoro, às 15 horas e, a partir das 17h30, no desfile de blocos carnavalescos e escolas de samba, também na Marechal.
“Vamos estar baseados próximos à Travessa da Lapa, apoiando o Tribunal de Justiça na fiscalização de crianças que desfilam e que, por exigência da lei, precisam apresentar alvará de liberação”, explicou Hayashi.
No domingo (23), a operação Carnaval Seguro estará na marcha Zombie Walk, a partir das 13 horas, na Boca Maldita, até as 18 horas com a festa na Santos Andrade. À noite, a ação será na Marechal Deodoro, que será palco de desfiles de blocos e escolas de samba.
LITORAL - A Secretaria de Justiça, Família e Trabalho promoverá ações de conscientização também no litoral paranaense. A primeira acontece na Ilha do Mel, nesta quinta-feira (20), com distribuição de folhetos, cartazes e pulseiras para identificação de crianças, para evitar que se percam de pais e responsáveis.
Na sexta-feira (21), a partir das 9 horas, a operação estará concentrada nos balneários de Pontal do Sul, Shangri-lá, Ipanema, Santa Etienne e Praia de Leste. No sábado (22), em Guaratuba e Matinhos, finalizando a ação na Matimbanda.
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Risco de tráfico de pessoas aumento no período de Carnaval
A Secretaria da Justiça Família e Trabalho, por meio do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Departamento de Promoção e Defesa dos Direitos Fundamentais e Cidadania (Dedif), alerta sobre as medidas para prevenir o crime de tráfico de pessoas durante o Carnaval. Segundo a coordenadora do núcleo, Sílvia Xavier, a proposta de trabalho fácil e enganoso, com alta remuneração, é comum durante esse período, quando existe maior circulação de pessoas.
No Paraná, o núcleo tem como principal função a prevenção, articulação e planejamento das ações para o enfrentamento ao tráfico de pessoas na esfera estadual.
“É preciso que a população fique atenta, pois o tráfico de pessoas é um crime velado e ainda invisível, porém mais perto do que imaginamos”, ressalta. Ela alerta o tráfico humano é uma das atividades mais lucrativas do mundo e que o mercado se expandiu consideravelmente no século 21, pois, na busca por melhores condições de vida, pessoas são aliciadas e seduzidas por criminosos que oferecem empregos com alta remuneração.
“Esses falsos agentes atuam em escala municipal, regional, nacional e internacional, privando a liberdade de indivíduos que têm o sonho de um futuro melhor, covardemente roubado”, disse a coordenadora.
ESTATÍSTICA - O número de vítimas desse tipo de crime em todo o mundo chega a 2,5 milhões por ano e movimenta US$ 32 bilhões. Desse valor, 86% provêm da exploração sexual de mulheres e meninas, e 58% das aliciadoras são do sexo feminino de diversas idades, segundo informações da Organização das Nações Unidas.
Os dados da ONU revelam, ainda, que mulheres jovens, na faixa etária de 18 a 21 anos, solteiras e com baixa escolaridade são o alvo principal das redes de aliciamento que operam no Brasil nesta época do ano. Muitos aliciadores são empresários que atuam em diferentes negócios, como casas de espetáculos, comércio, agências de encontros, bares, agências de turismo e salões de beleza.