A Controladoria-Geral do Estado (CGE) realizou 34 encontros em órgãos e entidades do Governo do Estado sobre assédio em ambiente de trabalho, discutindo formas de denunciar e melhorar a relação entre os servidores. A última palestra do ano foi feita para servidores da própria CGE durante a semana de capacitação interna do órgão. No ano passado foram apenas quatro encontros dessa natureza. As palestras são promovidas pelas coordenadorias de Integridade e Compliance e de Ouvidoria da CGE.
Para a controladora-geral do Estado, Luciana Silva, a iniciativa pretende preservar o ambiente de trabalho de posturas inadequadas, que acabam por comprometer a saúde mental dos servidores e, consequentemente, a qualidade do trabalho final.
“Nossa preocupação é com o acolhimento a pessoas vítimas de assédio moral ou sexual, mas também com os autores. A gestão moderna não admite certas posturas que eram aceitas até o século passado. Precisamos evoluir nas relações interpessoais sempre pautados pelo respeito”, comentou.
De acordo com Yohhan Souza, coordenador de Ouvidoria, nas palestras são desmistificadas algumas teorias. “Colocamos em discussão as posturas indesejáveis e desejáveis em ambiente de trabalho hoje em dia e de acordo com a atividade de cada órgão ou entidade”, detalhou.
Uma das ferramentas criadas para melhorar o acolhimento a vítimas femininas foi a Ouvidoria da Mulher Servidora, com apoio da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e da Pessoa Idosa. Por esse canal, escolhido quando a pessoa entra em contato pelo telefone da Ouvidoria, ela será atendida preferencialmente por outra mulher. Caso a denúncia seja feita presencialmente, ela pode ser feita em sala reservada.
CAMPANHA – As palestras integram a campanha de combate a assédio em ambiente de trabalho realizada pela CGE anualmente. No site do órgão, é possível baixar cartilhas que orientam sobre o tema e acompanhar os vídeos e materiais de divulgação.
Paulo Palacios, coordenador de Integridade e Compliance, avalia que é imprescindível a consciência do ambiente físico e interpessoal em que se trabalha. “O que pode ser uma brincadeira para alguns, pode ser percebido como ofensa por outros. É uma mudança cultural. Nem tudo que era aceito em tempos passados é admissível hoje em dia”, explicou.
Segundo ele, praticamente metade das denúncias feitas por meio do Programa de Integridade e Compliance poderiam ser evitadas. “Quem se sente ofendido ou tendo sua privacidade invadida pelo colega de trabalho deve expressar sua indignação. Dessa forma, as posturas inconvenientes tentem a cessar”, disse.
CAPACITAÇÃO – A Coordenação de Desenvolvimento Profissional, da CGE, promoveu a semana de capacitação interna logo depois do Congresso de Governança Pública da CGE, que reuniu cerca de 800 pessoas de vários municípios, na segunda-feira passada. Além da palestra sobre combate ao assédio, outras trataram de relacionamento interpessoal, mas principalmente sobre autoconhecimento.
Esses encontros discutiram Inteligência Emocional e Relacionamento Interpessoal, com André Brindarolli e Simone Mohr, e Desenvolvimento Humano e Dinâmicas Socioculturais, com Gisele Onuki.