O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) vai integrar mais uma missão internacional do Brasil no combate a incêndios florestais. Desta vez, o Estado atuará no Canadá, país que está sofrendo com queimadas recordes neste ano. A corporação será representada pelo 1º Tenente Bruno Eduardo da Macena, do 2º Grupamento de Bombeiros de Ponta Grossa, que possui treinamento especializado para atuar nesse tipo de situação.
O embarque do tenente para Brasília está agendado para esta sexta-feira (14), de onde ele segue rumo ao Canadá neste final de semana. Ele viajará em uma brigada formada por 20 bombeiros de todo o País especializados no combate a incêndios florestais durante um período de 30 dias, podendo ser prorrogado em caso de necessidade.
O grupo foi constituído após um pedido de apoio feito pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores ao Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Miliares do Brasil. No total, a missão brasileira será composta por 100 agentes, com membros dos ministérios do Meio Ambiente, Defesa, Justiça e Integração e Desenvolvimento Regional.
Segundo o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, coronel Vasco de Figueiredo Junior, a instituição possui um histórico de décadas na atuação em incêndios florestais, que começou a tomar forma após queimadas históricas ocorridas em 1963 e que atingiram 128 cidades paranaenses, sendo a pior tragédia do tipo em extensão no Brasil e uma das maiores do mundo.
“Desde a década de 1960, quando o Estado foi atingido por grandes incêndios, o Corpo de Bombeiros do Paraná vem capacitando os seus oficiais e praças para atuarem de forma eficiente no atendimento à comunidade paranaense. Este trabalho fez com que a corporação se tornasse referência no combate a incêndios florestais, com bombeiros atuando na Amazônia, Mato Grosso, Chile e agora no Canadá”, afirmou o comandante-geral.
Segundo Macena, os bombeiros escolhidos para a missão brasileira precisavam ter realizado o curso de prevenção e combate a incêndios florestais e serem capacitados para operar o sistema de comando de incidentes, que é uma importante ferramenta que utilizada para o gerenciamento deste tipo de operação.
Para o tenente, a participação dele na missão representa um grande desafio, mas também uma oportunidade de representar os bombeiros paranaenses. “Essa semana está sendo bastante corrida para a preparação de todo o pelotão. Estamos em contato com bombeiros de Portugal que retornaram dessa mesma missão para colher informações sobre as características da região onde nós atuaremos, já que as condições lá são completamente diferentes das que existem no Brasil”, comentou.
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APOIO INTERNACIONAL – Em fevereiro deste ano, o sargento do CBMPR Natanael Kovalski atuou no combate a incêndios florestais no Chile, em uma missão que também contou com a participação do soldado da Polícia Militar do Paraná Geovane dos Santos. A corporação também esteve presente em outras regiões brasileiras em 2021 por meio da operação nacional Guardião dos Biomas.
CRISE CANADENSE – De acordo com as autoridades locais, esta pode ser a pior temporada de incêndios florestais já registrada no Canadá, 12 vezes acima da média dos últimos 10 anos para esta época do ano. A fumaça dos incêndios cobriu uma grande área do leste da América do Norte, causando problemas até mesmo em cidades como Nova York, nos Estados Unidos.
Os incêndios começaram no início de junho na província canadense de Quebec, influenciados pelo clima seco e quente, além de vários raios, o que fez com que a propagação acontecesse rapidamente, atingindo até o momento uma área de quase quatro milhões de hectares.
Até o momento, mais de 20 mil pessoas precisaram ser evacuadas de suas casas em todo o País e a situação continua a preocupar em várias regiões, pois este é apenas o início da temporada de incêndios, com risco iminente de novos focos de queimadas. Bombeiros da França e dos Estados Unidos foram chamados para ajudar nos trabalhos, que em poucos dias passará a contar também com os esforços da equipe brasileira, incluindo o Paraná.
Os estados dos bombeiros militares escolhidos não terão qualquer ônus, pois as despesas com o traslado e a alimentação serão custeadas pelo Canadá em um acordo firmado com o governo federal brasileiro.