O Paraná participou pela primeira vez de um Mundial de Salvamento Aquático. E já trouxe na bagagem uma medalha para coroar o esforço na Austrália. O responsável pelo marco histórico para o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) foi o subtenente Flávio Roberto Blum, de 47 anos, com uma prata na prova de corrida de revezamento na praia – ao lado de Marcelo Fernandes Mendes (Bahia) e Vitor Dias Dvorsak (Distrito Federal). Eles disputaram a competição na categoria master 130-149 – os números indicam a soma das idades dos participantes –, ficando no meio de duas equipes australianas.
“Em todas as provas eu fiquei brigando ali entre quarto e sexto lugar. Nessa categoria, eu fiquei entre os melhores guarda-vidas do mundo, o que para mim foi uma surpresa”, contou o medalhista, que desembarcou no Paraná nesta semana e já retomou as atividades normais dentro do CBMPR. “Fui com o copo bem mais vazio do que eu voltei. Fiquei feliz porque acho que a gente tem muito a crescer, muito a evoluir, inclusive em termos de equipamentos”.
De acordo com o subtenente Blum, os materiais utilizados na Austrália são muito diferentes do que os disponíveis por aqui, o que acabou dificultando um pouco a vida dos competidores brasileiros. “O mais difícil para nós foi não termos equipamentos semelhantes aos deles. Eles treinam com esses equipamentos que nós só fomos conhecer lá. E ainda assim conseguimos ser competitivos”, disse o bombeiro paranaense.
“Mostra que o brasileiro por mais que não tenha o melhor material, tem muita fibra. Ele não vai esmorecer e vai dar o melhor dentro das condições que ele tem. Quem sabe seja o nosso ponto forte. A gente consegue evoluir na adversidade”, acrescentou.
O Mundial de Salvamento Aquático é um evento longo – de 20 de agosto a 8 de setembro –, com muitas provas e oportunidades de discussão dos temas inerentes à área. O subtenente Blum participou da disputa como parte da equipe da Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático). O Paraná teve ainda como representantes o major Fabrício Frazatto dos Santos, primeiro paranaense a atuar como árbitro na competição; e o guarda-vidas civil Gabriel Fragomeni.
“O Mundial foi uma experiência surreal. Agregou muito conhecimento. Permitiu que a gente tivesse a vivência de outras realidades, de como os outros países trabalham, de como treinam para o salvamento. Conhecemos os equipamentos da Austrália, que são de primeiro mundo, uma tecnologia sensacional”, opinou o subtenente Blum.
“Saíamos de uma prova e entrávamos em outra. Não ficamos nos poupando, fomos lá para participar do máximo possível. Participamos de palestras, de congresso, competições, tanta coisa que parecia não ter fim”, brincou ele, que no total disputou oito provas diferentes e esteve no evento entre os dias 23 e 28 de agosto.
Por fim, o subtenente reforçou a mesma ideia que apresentou antes de ir para o outro lado do mundo. A de que uma competição como esta, por mais que seja importante, é apenas um incentivo para o que realmente interessa, ter mais gente bem preparada para salvar vidas. As seletivas e campeonatos estimulam os guarda-vidas a sempre buscarem a evolução, em busca de pódio nas provas e, de certo modo, na ação profissional. “Minha medalha no dia a dia é chegar na vítima mais rápido, é tirar ela mais rápido da água, ser mais eficiente. Na vida real, a briga é pela vida”, concluiu.
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ESPORTE – Lifesaving, como esse esporte é chamado, simula ações de resgate em ambientes aquáticos. A competição é composta por uma série de provas envolvendo técnicas de salvamento, natação e corrida, para testar as habilidades dos participantes no mar e na piscina. O evento também tem como objetivo promover a importância da segurança aquática e da prevenção de afogamentos.