A ocorrência de chuvas nos últimos dias permitiu que produtores paranaenses da primeira safra de milho acelerassem o plantio. Esse é um dos temas abordados pelo Boletim de Conjuntura Agropecuária nesta semana de 11 a 16 de outubro. O documento, produzido por técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, também analisa a situação de outras culturas do Estado.
As chuvas foram observadas nos últimos dez dias em algumas regiões produtoras do Estado, possibilitando que os trabalhos de plantio da primeira safra do milho se intensificassem. Com isso, a semeadura atingiu 78% da área estimada de 360 mil hectares. As condições das lavouras permanecem estáveis, com 85% delas consideradas boas.
Em relação aos preços para os produtores do cereal, a perspectiva é muito boa. Semana após semana, são batidos recordes. Os últimos números apontam que a saca de 60 quilos foi negociada em torno de R$ 55,30, o que representa alta de 3,07% em comparação com a semana imediatamente anterior.
SOJA E TRIGO - Já os sojicultores do Estado não conseguiram avançar muito na plantação. Até o dia 13, haviam semeado pouco mais de 900 mil hectares (16% da área estimada para a safra). No mesmo período, em 2019, cerca de 1,83 milhão de hectares já estavam plantados. Comparado com a média das últimas três safras, o atraso é ainda maior. No período, a área semeada era de 2,38 milhões de hectares.
Em relação ao trigo, o boletim mostra que 79% foram colhidos. A seca antecipou o ciclo do cereal e possibilita colheita antes do esperado. No entanto, a ausência de água prejudicou o enchimento dos grãos, o que deve refletir em revisão para baixo em termos de produção.
FEIJÃO E MANDIOCA - O feijão da primeira safra também voltou a ser semeado, em razão das chuvas dos últimos dias. A estimativa é que 72% do total da área já estejam com sementes. O índice é superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando estava em 67%.
O clima, no entanto, aliado à dificuldade com transporte, devido à pandemia do coronavírus, não têm ajudado os produtores de mandioca. Com a escassez do produto, o preço teve uma elevação de 58% em um prazo de 40 dias e, na última semana, atingiu R$ 537,00 a tonelada.
BANANA E TOMATE – O documento preparado pelos técnicos do Deral fala, também, da cultura da banana, abordando o panorama mundial, brasileiro e paranaense. O Paraná é o 11.º produtor nacional em volume (194,7 mil toneladas em 2019) e o 15.º em Valor Bruto de Produção (R$ 164,9 milhões).
A produção do tomate, do qual o Brasil é tradicional plantador, também é visto sob diversos ângulos. Em âmbito estadual, a cultura cobre aproximadamente 3,6 mil hectares, com volume de 221 mil toneladas na última safra. O plantio da primeira safra 2020/21 já atinge 45% do total estimado de 2,2 mil hectares.
LEITE E AVICULTURA - Na atividade leiteira, o boletim analisa as incertezas e reviravoltas causadas pela pandemia tanto em relação aos preços quanto nos estoques do produto. Mas registra que, em relação ao comércio, a situação melhorou, sobretudo a partir do segundo semestre com a abertura de várias atividades que utilizam o leite como um dos insumos.
O documento traz, ainda, uma análise sobre o comportamento dos preços da avicultura de corte para o produtor, no mercado atacadista e no varejo. Para os exportadores da carne de frango, o ano tem sido bom, com acréscimo de 1,3% em relação ao volume vendido em 2019, e de 12,1% se considerar a receita acumulada pelo setor.
Confira AQUI o Boletim de Conjuntura Agropecuária.