A coreografia “Castelo”, que compõe o espetáculo “Contraponto”, do Balé Teatro Guaíra, iniciou na sexta-feira (9) a temporada de seis apresentações na Dinamarca. Logo após a reestreia do espetáculo no palco do Guairão, dez bailarinos viajaram no domingo passado (4) a convite do festival Sommerballet, que acontece até a próxima quinta-feira (14) no Teatro Bellevue, em Klampenborg. O grupo ainda segue para outra apresentação no sábado (17), no espaço Musikhuset, em Aarhus.
O balé “Castelo” foi criado pelo coreógrafo Alessandro Sousa Pereira, brasileiro que vive na Dinamarca e premiado em importantes competições coreográficas, como o Scapino Prize, na Alemanha, e o International Competition for the Erik Bruhn Prêmio, no Canadá.
A coreografia faz parte do espetáculo “Contraponto”, programa que conta também com a peça “Anima – imensidão adentro”, de Alan Keller, e que estreou em agosto do ano passado no Guairinha, retomando para curta temporada no palco do Guairão na semana passada, depois de passar também pelo Rio de Janeiro. O trabalho de “Castelo” compartilha sensações e possíveis estratégias de como elaborar defesas para se viver nos tempos atuais.
“O espetáculo começou a ser produzido cerca de um ano antes da estreia. Depois da pandemia, Alessandro veio com a ideia de que existem forças de fora que conformam o ser humano. E ele ficou pensando como é que se resiste, como constrói esse Castelo”, ressalta o diretor do Balé Teatro Guaíra, Luiz Fernando Bongiovanni. “É bonito porque o trabalho tem um formato que ele soube usar muito bem, que é levar o bailarino à exaustão, em que você vê ele lutando para fazer o movimento acontecer. É muito potente”.
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INTERNACIONALIZAÇÃO – Mantido pelo Governo do Estado através do PalcoParaná, o Balé Teatro Guaíra apresenta repertório diversificado tanto no Teatro Guaíra, em Curitiba, que é a casa da companhia, como em turnês pelo Paraná. Agora, explica Bongiovanni, a ideia é buscar a inserção internacional do grupo.
“A ideia de irmos à Dinamarca é começar um processo de internacionalização do balé. É um processo de validação da companhia e que permite fazer também uma troca artística com bailarinos de outros países”, salienta o diretor. “Temos feito um esforço muito grande para furar a bolha e mostrar esse trabalho lá fora. A ideia é que a gente comece com essa participação na Dinamarca para abrir outras frentes”.
Bongiovanni conta que o Teatro Bellevue, onde a companhia se apresenta na maioria das noites, é frequentado pela realeza dinamarquesa. Já o festival Sommerballet reúne importantes estrelas do balé do País. Um exemplo é o curador do festival, Alban Lendorf, bailarino e coreógrafo dinamarquês que já dirigiu o Royal Danish Ballet, em Copenhague, e o American Ballet Theatre, de Nova York.
BALÉ TEATRO GUAÍRA – Com 55 anos de história, o Balé Teatro Guaíra é a terceira companhia pública de balé mais antiga do Brasil. Ao longo dessa história, o balé criou mais de 150 coreografias e se apresentou em 200 cidades, 17 estados e 5 países, chegando a um público de mais 1 milhão de pessoas. A companhia tem, atualmente, 23 bailarinos, contratados pelo PalcoParaná.