Com um trabalho protagonizado por mulheres e o propósito de humanização, com recursos via lei de incentivo fiscal do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), a Associação Franciscana de Ensino ao Cidadão Especial (Afece) oferece atendimento nas áreas de educação, saúde e assistência social para 225 alunos com deficiência intelectual, múltipla e física em todo o Paraná. O trabalho é destinado às famílias que não possuem os recursos financeiros suficientes para o tratamento e cuidados de seus filhos, sejam crianças ou adultos.
Localizada no bairro do Tarumã, em Curitiba, a instituição é uma das principais referências em tratamento humanizado de PCD (pessoa com deficiência).
“O BRDE também cumpre seu papel como agente do desenvolvimento social e econômico na Região Sul, quando atua junto com a sociedade em suas ações mais humanas”, afirma o diretor do banco, Wilson Bley Lipski. “A destinação de recursos por meio da renúncia fiscal aos projetos que melhoram a condição de vida de pessoas, gerida por entidades idôneas e capacitadas. É como o BRDE demonstra com transparência seus propósitos, a fim de construir um mundo melhor”.
TRABALHO TRANSFORMADOR – Em seu propósito de dispor melhores condições para familiares e alunos conviverem com as limitações no seu dia a dia, a Afece presta serviços à comunidade desde 1967. Entre as atendidas, estão as famílias de Pedro Henrique, Rafael e Daiane.
Pedro Henrique Vicentini da Rosa vai para a instituição com sua mãe, Melissa Vicentini, todos os dias. Antes, o menino frequentava uma escola regular, mas lá foi identificado o autismo não-verbal, quando a pessoa não utiliza das palavras para se expressar, e assim sua mãe descobriu o trabalho da instituição. Segundo ela, desde então o filho apresentou várias evoluções. “Na comunicação, na linguagem, saber esperar, tudo isso, ele desenvolveu aqui, e na parte de saúde também, com o acompanhamento neurológico”.
Além disso, com a ajuda da instituição, a família pôde adquirir uma cadeira de rodas para Pedro, de maneira gratuita, auxiliando a sua locomoção.
Outro caso é o de Rafael Júnior Hainocz, que está na Afece há 13 anos. Para sua mãe, Anastácia Radaskiewicz Hainocz, a instituição é como se fosse a sua casa. “Aqui é o meu lugar e eu até já brinquei que vou trazer a minha cama para cá, porque eu passo mais tempo aqui do que lá”, diz.
Com o trabalho da instituição, Anastácia também vê que o filho evoluiu suas habilidades com as aulas ofertadas. “Aqui ele faz Educação Física e Artes, por exemplo, e ele adora”.
Roselia Maria Ferreira Prodo, mãe da Daiane Maita Prodo, também recebe o auxílio da Afece e ajuda no instituto, trabalhando no bazar. Daiane precisa usar uma bolsa de urostomia (bolsa composta por uma válvula anti-refluxo). Ela chegou a passar por outras escolas, mas foi na Associação que encontraram o acolhimento necessário. “Se ela ficasse em casa, seria uma criança atrofiada. Só em poder sair de casa já é uma grande ajuda para nós”, afirma.
Além do trabalho escolar, a Afece também apoia na parte médica e psicológica dos seus alunos, oferecendo diversos tipos de tratamentos, como terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia e serviço social para as famílias, assegurando seus direitos.
EDITAL – No dia 15 de junho, foi aberto edital para processo seletivo de projetos já aprovados ou em aprovação, dirigido a entidades que se enquadrem na Lei de Incentivo Fiscal, nas áreas de cultura, social, esportiva, voltadas a crianças, adolescentes e idosos e, ainda, para Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON) e Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS).
Para cadastrar projetos as entidades interessadas devem acessar o Portal dos Incentivos. O formulário está disponível exclusivamente na forma digital.