Assistência técnica da Emater
muda a vida de família de Pinhão

Orientações dos extensionistas elevaram a produção de 170 litros por dia para 500 L/dia, o que engordou a renda da família em cerca de 40%. E a evolução foi além. Um dos queijos produzidos por eles recebeu medalha de ouro no V Concurso Nacional de Queijos.
Publicação
25/09/2019 - 11:30

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A produção leiteira mudou a vida de Angelita e Rogério Surkamp, moradores de Pinhão, no Centro-Sul do Estado. Até pouco tempo atrás eles viviam com dificuldade na propriedade de 13,3 hectares onde a atividade leiteira era a principal fonte de renda. O cenário se transformou gradativamente a partir da assistência técnica da Emater. A evolução foi grande. Além do ganho significativo na produção, um dos queijos produzidos por eles recebeu medalha de ouro no V Concurso Nacional de Queijos, no fim de semana passado, em Florianópolis (SC).

A mudança começou com a participação de Angelita no programa Um Dia de Campo promovido pelo Instituto Emater. O gado Jersey produzia pouco e Rogério trabalhava para terceiros, numa tentativa de aumentar os rendimentos da família.

Depois de receber diversas informações, a produtora resolveu seguir as orientações técnicas, investiu na alimentação do gado e os resultados não demoraram a aparecer. A produção de leite que era de 170 litros por dia hoje chega a 500 l/dia. A situação melhorou tanto que Rogério atualmente se dedica a sua propriedade, junto com Angelita e a filha do casal.

No ano passado eles conseguiram o registro no Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e passaram a fabricar 22 quilos de queijo colonial diariamente, abastecendo o mercado local e engordando a renda da família em cerca de 40%.

NA PRÁTICA - A orientação técnica atacou os principais problemas da propriedade e afastou a ideia do casal que pensou até em desistir da atividade leiteira. O extensionista da Emater Ivan Junior de Oliveira conta que foi necessário atuar em quase todos os segmentos do trabalho da família. Um problema sério era a falta de alimento de qualidade para o gado, o que derrubava a produção de leite. A solução foi implantar pastagem perene de verão.

“Também orientamos o casal a buscar recursos de programas oficiais de crédito para investir em silagem para alimentar o rebanho”, explicou Oliveira. Foi preciso, ainda, construir instalações mais adequadas para tratar as vacas e para o trator usado na propriedade.

QUEIJO – Com as mudanças, a produção de leite e a renda começaram a aumentar. Rogério deixou de ser empregado em uma fazenda da região para se dedicar exclusivamente a sua propriedade. Uma das filhas do casal que vivia na cidade também resolveu ajudar os pais e passou a trabalhar no sítio. Atualmente, os três estão envolvidos com a produção de leite. É com a renda da atividade que o casal paga a faculdade das outras duas filhas.

A produção de leite da propriedade é tão significativa que o casal hoje destina apenas metade a um laticínio da região. O restante é transformado em queijo colonial na agroindústria construída este ano. Segundo Angelita, ela fazia e vendia os queijos informalmente como grande parte dos produtores do município, mas resolveu aumentar a escala e legalizar a produção para comercializar o queijo na feira e nos mercados da cidade.

A meta do casal é incrementar a produção. Segundo eles, mercado não falta, mas no momento não há equipamento suficiente. Além disso, Angelita e Rogério ainda produzem pepino em conserva, morango, doce de leite e panificados.

AVANÇOS - Angelita segue as orientações técnicas à risca e isso já despertou a atenção dos profissionais da Emater. Produtora e extensionistas estão testando a fabricação de queijos diferenciados e querem pleitear o Selo Arte para vender fora do município e do Estado. Além do queijo crioulo, ela fabrica os queijos Gouda e Parmesão.

Um dos queijos produzidos na propriedade recebeu medalha de ouro no V Concurso Nacional de Queijos, no último fim de semana, em Florianópolis. O concurso é o maior e mais importante evento do gênero do Brasil e nesta edição contou com a participação de 711 queijos de todo o País.

Vinte e dois produtores do Paraná conquistaram 12 prêmios no evento. Eles concorreram com 25 queijos e ganharam quatro medalhas de ouro, duas de prata e seis de bronze.

O Instituto Emater incentivou a participação da maioria dos inscritos, promovendo inclusive o transporte de produtores e extensionistas, com recursos do programa ProRural.

A iniciativa de participar e promover concursos de queijos artesanais faz parte de uma estratégia da equipe de agroindústria do Instituto Emater, que tem como objetivo identificar, valorizar e dar visibilidade à produção e aos saberes de muitas famílias rurais, em especial da agricultura familiar.

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