Um salvamento feito por dois policiais militares do 22º Batalhão da PM, os soldados Tiago Aguiar e Eli Anderson Mendes, serve de alerta para pais e responsáveis sobre o que fazer quando a criança se engasgar. Na quarta-feira da semana passada (02), em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, a menina Isabela, de quatro meses, teve sua vida salva pelos policiais após se afogar com leite materno. Eles fizeram a primeira intervenção e, na sequência, uma ambulância do Siate foi acionada.
De acordo com o comandante do 22º BPM, tenente-coronel Itacir Antonio Alves Pereira, a ação de salvamento ocorreu em poucos minutos, cruciais para a sobrevivência da criança. “Sabendo da urgência da situação, nosso policial parou tudo que estava fazendo para priorizar a vida da pequena”, contou.
Para o tenente-coronel, apesar de essa não ser uma atividade fim dos policiais, os treinamentos de policiamento comunitário, entre outros, contribuem para que eles possam ajudar em um momento como este. “O mais importante para o policial é ter tranquilidade e poder repassá-la à pessoa que pediu socorro. Além disso, executar as manobras para salvamento com calma e eficiência, como foi o caso. Desta forma, a ação será eficiente e a família sente-se segura”, explicou.
A mãe de Isabela, Sandra de Oliveira Santos, conta que tentou fazer a manobra de desafogamento na criança três vezes, ainda antes de sair de casa e, após notar que não houve melhora, resolveu ir ao hospital. “Neste momento, notei que o batalhão da PM ficava no caminho, então, resolvemos parar lá para pedir ajuda, e foi a melhor decisão que podíamos ter tomado na vida”, disse.
SOCORRIDA – Logo na guarita do quartel a criança, que estava obstruída e arroxeada, foi socorrida pelo soldado Eli Anderson Rosa Mendes, que interrompeu a participação em uma videoconferência para iniciar os procedimentos de salvamento e fazer contato com o serviço de emergência.
Neste momento, foi solicitado apoio e o soldado Tiago Aguiar foi até a guarita e deu continuidade na execução da manobra de Heimlich, usada para desobstruir as vias aéreas. Em poucos segundos a criança foi soltando o líquido de sua garganta e voltou a respirar, para alívio da mãe.
Após o susto, e com o bebê retomando os sinais vitais, o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) chegou para prestar o atendimento necessário à criança, que foi encaminhada em situação estável.
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“Por ser pai, me coloquei no lugar da família, desesperada por ajuda. Por isso, saí da videoconferência e priorizei o salvamento da menina”, contou Mendes.
Aguiar, emocionado, disse que este salvamento foi marcante em sua carreira policial. “A gente sempre se mantém preparado para tudo. Mesmo assim, nunca imaginamos passar por isso. E ver que a manobra foi executada corretamente, e que a criança voltou a respirar, foi como dar uma nova vida à ela”, contou.
ORIENTAÇÃO – O coronel Itacir recomenda que, caso o cidadão presencie alguma situação como essa, o principal a se fazer é manter a calma e entrar em contato com os profissionais que possam ajudar, seja na PM (190), Siate (193) ou Samu (192). “Ainda por telefone, o cidadão pode ser orientado sobre quais ações tomar até a chegada do socorro, de acordo com a gravidade de cada caso”, disse.
Em alerta a outros pais e mães, Sandra também recomenda que, se passarem por algum caso parecido, procurem entrar em contato com algum policial militar próximo. “Mesmo comigo sabendo como funciona a manobra de desafogamento, em um momento urgente como esse não consegui. Muito mais que minha ação, a execução deles foi o diferencial para que a vida da minha filha fosse salva. Os policiais foram verdadeiros anjos da guarda em nossa vida”, disse a mãe.
EXPERIÊNCIAS – O soldado Aguiar está na corporação há oito anos e já passou por outra situação parecida em 2018, quando a unidade policial que ele estava foi acionada para socorrer uma mulher que havia entrado em trabalho de parto ainda em casa. Graças aos procedimentos conduzidos pelos policiais, a criança e a mãe ficaram bem.
Parece coincidência, mas o soldado Mendes, na Polícia Militar há 11 anos, também tem em sua bagagem mais um caso similar. A situação aconteceu em 2015 enquanto ele e outro soldado faziam patrulhamento durante a noite, e foram chamados para fazer o salvamento de um bebê de dois meses, também engasgado. A criança foi salva ainda na viatura, a caminho do hospital.