Um dos grandes desafios de professores e estudantes é aproximar o conteúdo das disciplinas do cotidiano para facilitar a compreensão e a aprendizagem. E foi exatamente isso que o Colégio Estadual Barão de Antonina, em Rio Negro, Região Metropolitana de Curitiba, fez de forma inovadora para ajudar os alunos que têm dificuldade de assimilar os conceitos da Física. Os estudantes aplicam as leis da disciplina na prática em apresentações teatrais, utilizando as leis de trânsito como exemplo.
A iniciativa de usar o teatro como metodologia de ensino foi definida em 2017 pelos estudantes e o professor de Física, Josicarlos Peron. “Eles aprendem melhor visualizando e entendem porque existe uma lei que determina uma distância mínima entre dois carros, ou porque o uso da cadeira de segurança para criança é obrigatório. Assim, conseguem aplicar esses conhecimentos no dia a dia, cobrando o cumprimento dessas leis e explicando os motivos com base nos conceitos da Física”, disse Peron.
A pedagoga Regina Schmidmeier, uma das coordenadoras da atividade, contou que a relação dos alunos com a disciplina também mudou depois que a escola adotou a metodologia prática. “A disciplina de Física trabalhada somente com os cálculos e conteúdos teóricos pode ser chata para os alunos. Por isso procuramos desenvolver uma metodologia diferente. O mais interessante é que eles conseguiram trazer os conceitos da Física para a segurança no trânsito e foram além da sala de aula.”
EM CENA – A atividade é desenvolvida não apenas para a turma. As situações simuladas pelos estudantes para explicar conceitos e leis da Física associadas às leis de trânsito são apresentadas também para outras turmas do colégio e para escolas municipais de Rio Negro. O roteiro, figurino e o cenário foram construídos pelos 16 estudantes que participam do grupo.
As ex-alunas do colégio Lohayne Calixto e Luana Franquetto dos Santos, ambas de 18 anos, contaram que, além melhorar o aprendizado dos conteúdos da disciplina, a metodologia mudou a relação com os colegas e com a comunidade. “Nós pudemos interagir mais com o professor e com os outros alunos, discutíamos ideias, conversávamos e aprendíamos mais”, disse Lohayne.
Já para Luana, a grande vantagem da metodologia é mostrar como os fenômenos da Física acontecem na prática. “Era mais fácil aprender os conteúdos porque no teatro aplicávamos na prática o que o professor passava em sala e também levávamos esses conhecimentos para outras escolas, ou seja, tanto nós como outros alunos puderam aprender”, contou.
RECONHECIMENTO – Segundo a diretora do colégio Glaugenice Gerber, a procura por matrículas no colégio é tão grande que até alunos de Santa Catarina – Rio Negro faz divisa com Mafra – atravessam a ponte em procura de vagas na escola. “Hoje temos fila de espera para estudar em nossa escola porque a comunidade reconhece o comprometimento dos professores e funcionários em ofertar uma educação de qualidade”, disse.
O bom trabalho desenvolvido no colégio nos últimos anos pode ser observado na evolução da nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que saltou de 4,2 (em 2015) para 5,6 (em 2017). “Além disso, quase não temos situações de evasão escolar porque o aluno percebe que é acolhido e entende a importância dos estudos”, completou Glaugenice.
Segundo a diretora, além do comprometimento dos funcionários, o bom desempenho do colégio e a grande procura por matrículas são resultados de metodologias de ensino inovadoras que promovem o conhecimento prático, a interação entre os estudantes e os professores e com a comunidade.
Entre as outras ações desenvolvidas pela escola está o Simpósio do Mundo do Trabalho, festivais de poesia e atividades interativas com a comunidade, que envolvem os alunos 810 estudantes dos ensinos Fundamental, Médio e Técnico.
