Alunos da rede estadual de ensino se destacaram durante a Feira Científica do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação, que aconteceu em Londrina, no Norte do Paraná. Eles apresentaram pesquisas e projetos inovadores relacionados a diversos temas, desde saúde mental até robótica. A feira foi realizada pela Secretaria estadual da Educação e do Esporte, por meio do Núcleo Regional de Londrina, e reuniu 100 estudantes matriculados em salas de recursos multifuncionais para altas habilidades em diversos municípios paranaenses.
Um dos trabalhos apresentados foi o robô Afonso, que ajuda pessoas diagnosticadas com Alzheimer a manter a rotina. Controlado via celular, ele interage com o paciente, perguntando, por exemplo, se já comeu, tomou banho ou tomou os remédios naquele dia. Afonso também pode entregar os medicamentos em uma miniesteira, com um aviso dos horários em que eles precisam ser tomados.
"Eu queria que minha avó estivesse aqui para poder utilizar esse robô. Esta medalha, guardo como uma homenagem para ela”, diz a aluna criadora do projeto, Bianca Antunes Schmidt (16), do Colégio Estadual Marechal Castelo Branco, em Londrina. Ela conquistou o terceiro lugar na categoria Tecnologia e Robótica ao lado do colega Gustavo Henrique Laurindo.
A estudante Laura Santos Celestino (13) elaborou um projeto com o intuito de entender como os adolescentes londrinenses estão se alimentando. "Me interessei pelo tema quando, no ensino regular, fiz um trabalho sobre alimentação. Depois disso, decidi explorar o tema na sala de recursos", contou a estudante do Colégio Estadual Nilo Peçanha.
A pesquisa foi feita a partir do envio, para os adolescentes da cidade, de formulários que detalham suas escolhas alimentares, classificadas de acordo com o tipo de alimento mais consumido — in natura, minimamente processado, processado e ultraprocessado. A descoberta foi que 44,8% dos adolescentes têm feito boas escolhas alimentares.
Outro trabalho apresentado na feira foca na saúde mental dos estudantes do ensino médio. A estudante Beatriz Ramos, do CEEP Newton Guimarães, também em Londrina, fez um levantamento de dados comparando características emocionais e mentais dos alunos do 9º ano do ensino fundamental e do 1º ano do ensino médio.
A estudante conta que conciliar os estudos regulares com o desenvolvimento do projeto foi uma tarefa árdua, mas o entusiasmo dos alunos que participaram da pesquisa a incentivou a continuar. "Tive esperança de que ainda podemos desenvolver projetos científicos e ser valorizados", afirmou a jovem, que ficou em segundo lugar na categoria Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
FEIRA CIENTÍFICA – Os trabalhos de iniciação científica apresentados foram desenvolvidos ao longo do ano letivo de 2022 e classificados em categorias como Ciências Exatas, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Ciências Naturais, Linguagem, Tecnologia e Robótica e Desenvolvimento Sustentável.