Estudantes de diversas escolas estaduais do Paraná participaram de preparações presenciais para o desafio Change the Game, projeto de programação do Google Play apoiado pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte e exclusivo para garotas.
Voltado a alunas de Ensino Médio, o desafio não exige conhecimento prévio na área e consiste no envio de ideias de jogos digitais à empresa. O objetivo é ajudar a transformar o cenário brasileiro ligado aos jogos digitais e inspirar garotas a seguir carreira no universo da tecnologia e do gaming.
Embora 59% dos usuários de jogos eletrônicos sejam mulheres, elas representam apenas 13% dos candidatos para a carreira de desenvolvedores no país.
Nas ações desta semana, as meninas tiveram a oportunidade, num primeiro momento, de se informar sobre o universo da programação, perspectivas de carreira e o importante papel da mulher na tecnologia. Receberam, também, dicas de sites e softwares gratuitos para aprender e treinar Matemática e programação. Em seguida, colocaram suas ideias de jogos no papel e se inscreveram no Change the Game.
A estudante Nicole Dias, de 16 anos, participou da ação no Colégio Estadual Bendicto J. Cordeiro, em Curitiba. Ela foi uma das poucas adolescentes presentes que disse que já cogitou trabalhar com jogos digitais.
“Sempre fui ligada em games, desde pequena. Até faço um curso de Design Gráfico para me inspirar e sigo influenciadoras digitais da área. Gostei muito do evento, porque nós [adolescentes] somos um pouco tímidas para correr atrás, e é muito legal quando uma ação assim vem até nós, para podermos conversar sobre o assunto”, diz Nicole.
Gerente de Parcerias e Projetos da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), Ana Beatriz Pires representou o Google Play no evento. Segundo ela, a ideia das preparações presenciais realizadas em Curitiba foi mostrar que a tecnologia não é um “bicho papão”, e que é preciso que haja cada vez mais mulheres na área.
“Programar não é difícil. É lógica. Além disso, a mulher consegue fazer muitas coisas ao mesmo tempo. A criatividade feminina é diferente da do homem, que é mais objetivo. A mulher cria mais opções. Isso faz a diferença na tecnologia, porque precisamos dessa inovação que as mulheres trazem”, afirma, lembrando das inúmeras possibilidades de trabalho que a programação traz, muito por se tratar de uma linguagem universal.
TECNOLOGIA EM FOCO - Inserir tecnologia, programação e robótica no cotidiano dos alunos da rede estadual de ensino é uma das metas da atual gestão da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte. E firmar parcerias como a do Desafio Change the Game só reforçam o objetivo da secretaria.
Técnica pedagógica do Departamento de Tecnologias Educacionais (DTE) da secretaria, Gilmara Weingartner afirma que é preciso incentivar as jovens paranaenses na área. Segundo ela, apesar de as mulheres usarem tanto a tecnologia quanto os homens, ela é feita majoritariamente por eles. “A adesão a esse desafio foi para incentivar as meninas a atuarem também como produtoras de conteúdo no setor”.
DESAFIO CHANGE THE GAME - A inscrição no desafio do Google Play deve ser feita até 30 de setembro, com o envio da ideia de jogo, pelo link play.google.com/intl/pt_br/about/changethegame/desafio2019
O jogo pode ser de aventura, fantasia, lógica, multiplayer, jogador único. Não há limites para a criatividade.
As duas vencedoras do desafio vão passar cinco dias em São Paulo, em janeiro de 2020, trabalhando em conjunto com um dos parceiros desenvolvedores do Google em sessões de briefing, planejamento e criação. Os jogos criados serão lançados no Google Play e vão ficar disponíveis na loja online por um ano. A avaliação será feita por um júri formado por programadoras, empreendedoras e educadoras.