Agilidade gera economia
para setor de fertilizantes

Importadores dos produtos pelos portos de Paranaguá e Antonina pagaram menos em sobre-estadia em 2019. Economia do setor chega a US$20 milhões, em gastos de esperas extras de navios.
Publicação
06/02/2020 - 10:20

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Os gastos com sobre-estadia (demurrage) na importação dos fertilizantes pelos portos do Paraná foram 43% menor em 2019. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (05) pelo Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos). No ano, o setor economizou US$ 20,39 milhões.

Entre os fatores listados pelo sindicato para explicar a redução estão as melhorias contínuas na eficácia da programação dos navios e na logística das operações de descarga, transporte e armazenagem, de uma maneira geral. “Tem-se destacado a dedicação e a competência da Autoridade Portuária do Paraná nas questões sob responsabilidade institucional”, diz o Sindiadubos na publicação dos dados.

Segundo o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, a empresa pública tem se dedicado ao máximo para otimizar o tempo das operações e reduzir os custos dos operadores portuários, em todos os segmentos. “Estamos a todo momento trabalhando para que as normas que auxiliam nas programações de atracações e operações dos navios sejam claras, transparentes e garantam uma melhor ocupação do cais público comercial, bem como a redução do tempo operacional. Com isso, não só todos ganham como também deixam de perder com gastos extras”, diz.

A autoridade portuária é responsável pela manutenção e ajustes das regras de atracação e operação, o cuidado e os investimentos em melhorias na infraestrutura marítima, de acesso terrestre e de armazenagem, essa em parceria com o setor privado.

TEMPO – Seguindo o detalhamento dos dados divulgados pelo Sindiadubos, a redução mais significativa da sobre-estadia dos navios foi exatamente no cais público comercial. O valor pago em demurrage foi 51% menor nas operações pelos berços 208, 209 e 211, em 2019.

Foram cerca de US$ 21,6 milhões a menos. No ano passado, o setor pagou cerca de US$ 20,4 milhões em sobre-estadia dos navios. Em 2018, esse valor era de R$ 42,07 milhões.

“Demurrage é uma taxa que o armador do navio paga pelos dias que o navio fica à disposição do importador além do tempo previsto. Por exemplo, se um navio que com 30 mil toneladas tinha uma previsão de descarregar em cinco dias, mas acaba ficando por sete dias, esses dois dias é a sobre-estadia”, explica o gerente executivo do Sindiadubos, Décio Gomes.

Segundo ele, esse é um custo extra para o setor, geralmente pago pelo importador. A diária está em torno de US$ 15 mil. Esse custo acaba sendo incluído no preço da mercadoria importada e o repasse para o produto final depende da estrutura e da formação de preço de cada empresa.

“A redução de 43% no pagamento de demurrage significa que os navios esperaram menos tempo para descarregar. Isso acontece porque as operações têm sido cada vez mais eficazes, tanto no porto quanto na retaguarda – no transporte e na armazenagem”, reafirma o gerente do Sindiadubos.

O setor de fertilizantes espera, para 2020, um ano parecido com o ano anterior, em termos de volume de importação. Porém, como afirma Gomes, alguns fatores externos podem influenciar o cenário deste ano, como a relação comercial entre Estados Unidos e China; o desempenho das safras norte-americanas; as variações de câmbio e do valor do Real.

FERTILIZANTES – A importação de fertilizantes pelos portos do Paraná (cais comercial do Porto de Paranaguá, Terminal da Fospar e Terminal da Ponta do Félix em Antonina), em 2019, foi de quase 9,15 milhões de toneladas.

Apesar do volume representar um recuo de 5% em relação às movimentações do ano anterior, os portos do Paraná continuam sendo a principal entrada dos fertilizantes no país. Os terminais de Antonina e Paranaguá recebem cerca de 28% dos adubos importados pelo Brasil.

Os principais produtos importados no ano foram cloreto de potássio – MOP (31% do total), complexos NPK (14%), fosfato monoamônio – MAP (13%), sulfato de amônio (12%) e ureia (11%).

As principais origens dos produtos são Rússia, China, Estados Unidos e Canadá.

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