Adensamento populacional da RMC ocorre de maneira controlada, aponta Amep

O estudo aponta que 3,2 milhões das 3,5 milhões de pessoas que residem na RMC estão dentro do chamado Núcleo Urbano Central (NUC), que é a área de 1.516,96 quilômetros quadrados delimitada pela Amep, a partir do PDI, como propícia para o crescimento populacional. Ao todo, a região metropolitana tem 16.783,71 quilômetros quadrados, contemplando as áreas verdes e mananciais.
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23/05/2024 - 15:50
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O crescimento da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e o adensamento populacional dos municípios aconteceram de maneira controlada e dentro do planejado pela Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep) ao longo dos últimos 18 anos. É o que aponta um levantamento da agência que cruza dados atualizados do Censo de 2022 e da Copel com o desenho estipulado pelo Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI) formulado em 2006.

O estudo aponta que 3,2 milhões das 3,5 milhões de pessoas que residem na RMC estão dentro do chamado Núcleo Urbano Central (NUC), que é a área de 1.516,96 quilômetros quadrados delimitada pela Amep, a partir do PDI, como propícia para o crescimento populacional. Ao todo, a região metropolitana tem 16.783,71 quilômetros quadrados, contemplando as áreas verdes e mananciais.

“Cerca de 90% da população da RMC está concentrada em 10% do território, o que mostra um controle do crescimento, que não se espalhou de maneira desordenada para regiões impróprias para ocupação, seja por questões ambientais, climáticas ou de infraestrutura. Isso é fruto do trabalho conjunto da Amep e dos municípios, planejando um avanço populacional seguro e estruturado”, afirmou o presidente da Amep, Gilson Santos.

Concentrar o crescimento populacional dentro da mancha urbana estabelecida por estudo permite que os moradores destas áreas tenham acesso aos serviços, como saúde, transporte público e asfaltamento com maior eficiência. O trabalho de planejamento da concentração urbana também evita que as cidades cresçam horizontalmente de forma descontrolada, ocupando áreas de preservação ou com risco de inundações ou desmoronamentos.

As análises feitas pela Amep também possibilitam observar que o planejamento proposto para a região não apresenta grande dispersão nas cidades metropolitanas, com o crescimento se concentrando justamente em áreas já ocupadas e consolidadas.

Na sobreposição dos mapas do PDI de 2006 com os dados do Censo de 2022 e da Copel, as únicas cidades que tiveram um crescimento além do limite do NUC foram Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais, ambas ao Sul da Capital e na área mais industrializada da RMC. Mesmo estando fora da mancha urbana definida há quase 20 anos, o avanço para estas áreas já estava previsto pela Amep, pois são regiões com maior aptidão para ocupação.

De acordo com o Censo, a Região Metropolitana de Curitiba foi a que mais cresceu em números absolutos no Estado, à frente de Londrina, Cascavel e Maringá. Passou de 3.223.836 habitantes para 3.559.366, um crescimento total de 335.530 habitantes, ou 10,41%. Fazenda Rio Grande viu sua população aumentar 82% e São José dos Pinhais, 24%.

Com o adensamento em locais propícios, outras áreas importantes foram preservadas, como as regiões de manancial de Piraquara que abastecem outros municípios, áreas de Araucária e Campo Largo que têm aquíferos subterrâneos ou zonas cársticas de Almirante Tamandaré impróprias para ocupação.

PLANEJAMENTO – Os resultados mostram como o planejamento, aliado a ações de controle do uso do solo metropolitano, podem orientar o crescimento das cidades garantindo a qualidade de vida desejada e ainda traçar novas estratégias para o futuro.

Os planos diretores municipais das regiões metropolitanas, por exemplo, passam por análise da Amep, que atua como órgão de apoio, sendo responsável por direcionar políticas e ações que visam o desenvolvimento sustentável das cidades que fazem parte dessa metropolização. O processo de planejamento envolve uma série de etapas, incluindo diagnósticos detalhados, análise de dados e projeções futuras, tudo com o objetivo de garantir uma melhor qualidade de vida para os habitantes da região.

Em relação à RMC, o primeiro plano que engloba as cidades conectadas à Capital foi elaborado em 1978, recebendo atualizações em 2002 e em 2006. Iniciada em 2023, uma nova atualização está em curso, com previsão de conclusão em 2025. O chamado Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) é fruto de um investimento de R$ 7,6 milhões, o maior da história do Paraná para um planejamento de médio e longo prazo da região.

Baseado na coleta de vários dados nas áreas de mobilidade, uso do solo, meio ambiente, habitação e desenvolvimento econômico, o novo estudo vai contemplar os principais desafios e tendências para os crescimentos dos municípios da RMC para os próximos 10 anos.

Confira nos mapas a evolução do adensamento populacional:

Nesses dois mapas estão os comparativos da Amep com os dados da Copel

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Nesses dois mapas estão os comparativos da Amep com os dados do Censo

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