O crescimento da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e o adensamento populacional dos municípios aconteceram de maneira controlada e dentro do planejado pela Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep) ao longo dos últimos 18 anos. É o que aponta um levantamento da agência que cruza dados atualizados do Censo de 2022 e da Copel com o desenho estipulado pelo Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI) formulado em 2006.
O estudo aponta que 3,2 milhões das 3,5 milhões de pessoas que residem na RMC estão dentro do chamado Núcleo Urbano Central (NUC), que é a área de 1.516,96 quilômetros quadrados delimitada pela Amep, a partir do PDI, como propícia para o crescimento populacional. Ao todo, a região metropolitana tem 16.783,71 quilômetros quadrados, contemplando as áreas verdes e mananciais.
“Cerca de 90% da população da RMC está concentrada em 10% do território, o que mostra um controle do crescimento, que não se espalhou de maneira desordenada para regiões impróprias para ocupação, seja por questões ambientais, climáticas ou de infraestrutura. Isso é fruto do trabalho conjunto da Amep e dos municípios, planejando um avanço populacional seguro e estruturado”, afirmou o presidente da Amep, Gilson Santos.
Concentrar o crescimento populacional dentro da mancha urbana estabelecida por estudo permite que os moradores destas áreas tenham acesso aos serviços, como saúde, transporte público e asfaltamento com maior eficiência. O trabalho de planejamento da concentração urbana também evita que as cidades cresçam horizontalmente de forma descontrolada, ocupando áreas de preservação ou com risco de inundações ou desmoronamentos.
- Novo projeto do Estado vai promover trilhas formativas para mais de mil mulheres rurais
- Duplicação entre Guarapuava e Palmeirinha terá investimento de R$ 118 milhões
As análises feitas pela Amep também possibilitam observar que o planejamento proposto para a região não apresenta grande dispersão nas cidades metropolitanas, com o crescimento se concentrando justamente em áreas já ocupadas e consolidadas.
Na sobreposição dos mapas do PDI de 2006 com os dados do Censo de 2022 e da Copel, as únicas cidades que tiveram um crescimento além do limite do NUC foram Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais, ambas ao Sul da Capital e na área mais industrializada da RMC. Mesmo estando fora da mancha urbana definida há quase 20 anos, o avanço para estas áreas já estava previsto pela Amep, pois são regiões com maior aptidão para ocupação.
De acordo com o Censo, a Região Metropolitana de Curitiba foi a que mais cresceu em números absolutos no Estado, à frente de Londrina, Cascavel e Maringá. Passou de 3.223.836 habitantes para 3.559.366, um crescimento total de 335.530 habitantes, ou 10,41%. Fazenda Rio Grande viu sua população aumentar 82% e São José dos Pinhais, 24%.
Com o adensamento em locais propícios, outras áreas importantes foram preservadas, como as regiões de manancial de Piraquara que abastecem outros municípios, áreas de Araucária e Campo Largo que têm aquíferos subterrâneos ou zonas cársticas de Almirante Tamandaré impróprias para ocupação.
- 68% dos municípios do Paraná melhoraram taxa de alfabetização na última década
- Obra da Ponte Guaratuba-Matinhos avança na fase de fundação e confecção das vigas
PLANEJAMENTO – Os resultados mostram como o planejamento, aliado a ações de controle do uso do solo metropolitano, podem orientar o crescimento das cidades garantindo a qualidade de vida desejada e ainda traçar novas estratégias para o futuro.
Os planos diretores municipais das regiões metropolitanas, por exemplo, passam por análise da Amep, que atua como órgão de apoio, sendo responsável por direcionar políticas e ações que visam o desenvolvimento sustentável das cidades que fazem parte dessa metropolização. O processo de planejamento envolve uma série de etapas, incluindo diagnósticos detalhados, análise de dados e projeções futuras, tudo com o objetivo de garantir uma melhor qualidade de vida para os habitantes da região.
Em relação à RMC, o primeiro plano que engloba as cidades conectadas à Capital foi elaborado em 1978, recebendo atualizações em 2002 e em 2006. Iniciada em 2023, uma nova atualização está em curso, com previsão de conclusão em 2025. O chamado Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) é fruto de um investimento de R$ 7,6 milhões, o maior da história do Paraná para um planejamento de médio e longo prazo da região.
Baseado na coleta de vários dados nas áreas de mobilidade, uso do solo, meio ambiente, habitação e desenvolvimento econômico, o novo estudo vai contemplar os principais desafios e tendências para os crescimentos dos municípios da RMC para os próximos 10 anos.
Confira nos mapas a evolução do adensamento populacional:
Nesses dois mapas estão os comparativos da Amep com os dados da Copel
Nesses dois mapas estão os comparativos da Amep com os dados do Censo