O 1º Seminário Inovação e Sustentabilidade no Cooperativismo foi uma oportunidade para o governo estadual apresentar suas ações para uma agricultura sustentável e alinhada a tendências mundiais e de proteção do meio ambiente. Na abertura do encontro, nesta quarta-feira (25), o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, citou ações importantes como a proteção dos solos, da água, de áreas de preservação, e práticas como o plantio direto e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
“Fazer mais e melhor com menos é um desafio permanente para tornar sustentável aquilo que é o ganha-pão paranaense”, afirmou Ortigara. “O cooperativismo tem papel muito relevante nisso, desde as grandes cooperativas, que se tornaram competidoras no mundo, às pequenas organizações locais que podem trilhar o mesmo caminho”.
O evento é realizado pelos Sistemas Organização das Cooperativas do Brasil e Ocepar, em parceria com o Canal Rural. O objetivo é discutir caminhos para que o Brasil cumpra as metas assumidas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021 (COP26). O evento foi transmitido pelo canal da Ocepar no YouTube.
O secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Everton de Souza, enfatizou que o Paraná participa ativamente de grandes pactos internacionais, como a COP26, e tem compromisso com a sustentabilidade. “Trabalhamos para poder viabilizar empreendimentos e produção no Estado com cuidados ambientais que nos permitam preservar e manter nosso patrimônio natural”, disse.
EXEMPLOS – Entre os exemplos de boas práticas de inovação e sustentabilidade no governo estadual está o trabalho do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), com o desenvolvimento de cultivares, extensão rural e serviços automatizados de informação para os produtores; além de sistemas online para controle de doenças no rebanho paranaense pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
Programas como o Paraná Mais Orgânico, que garante orientação técnica para certificação; o Prosolo Paraná – parceria entre instituições públicas e privadas e setor produtivo para conservação do solo e da água –; e Estradas da Integração, que promove a melhoria da trafegabilidade das estradas rurais, redução dos custos de produção e conscientização da conservação de recursos naturais também são exemplos de apoio do Estado à sustentabilidade.
Outros exemplos são o Banco do Agricultor Paranaense, o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR), modelo de incentivo à geração de energia de fontes renováveis no meio rural, e o Coopera Paraná, que fornece auxílio para organização e qualificação de pequenos agricultores e funciona como estímulo a práticas sustentáveis e inovadoras.
Já a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo atua pela redução de carbono por meio de ações como o Selo Clima Paraná, que certifica empresas que encaminham relatório com a emissão de carbono; e o Paraná Energia Sustentável, com a desburocratização no licenciamento de empreendimentos que emitem baixo teor de Gases de Efeito Estufa.
Alinhado a ações globais pelo meio ambiente, o Paraná atende, ainda, a determinação da Secretaria de Biodiversidade da ONU, de compensação ambiental pela emissão de carbono, através do Programa Paraná Mais Verde. Outras ações fundamentais são a contratação do Plano Estadual de Mudanças Climáticas, a Política Estadual de Resíduos Sólidos, o Programa Estadual de Resíduos Sólidos e a Política Estadual de Crédito de Carbono.
BRASIL – O evento contou com a presença do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, que destacou os desafios e as iniciativas do governo federal voltadas à neutralização de carbono. Segundo ele, o Brasil foi protagonista na COP26 e será também na COP27, no Egito. “Temos que estar unidos para mostrar um Brasil cada vez mais sustentável”, disse.
O Programa Nacional de Cadeias Agropecuárias Descarbonizantes foi abordado pela representante da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sibelle Silva. “Precisamos de inovação e tecnologia para colocar isso tudo cada vez mais no mercado”, afirmou.
COOPERATIVISMO – Segundo o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, as iniciativas de preservação e sustentabilidade são implementadas há muito tempo no cooperativismo, em especial na conservação de solo, plantio direto, proteção de nascentes, mata ciliar e reserva ambiental. “Os produtores já destinam mais de 25% de ativo produtivo para a proteção ambiental e é preciso encontrar meios de transformar esses ativos em receita aos agricultores”, disse.