Ações do Paraná para conter violência contra mulheres são destaque em seminário nacional

Seminário Internacional Governança Corporativa para uma Sociedade mais Justa e Inclusiva reuniu especialistas para discutir diretrizes internacionais sobre ética, inclusão e segurança no ambiente corporativo. Estado ganhou destaque após a adesão formal ao Selo de Boas Práticas criado pela ABNT, em parceria com o Instituto Nós por Elas (NPE).
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24/03/2025 - 18:20

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As ações desenvolvidas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), relacionadas às boas práticas no combate à violência contra as mulheres, despontaram como referência nacional e internacional durante o Seminário Internacional Governança Corporativa para uma Sociedade mais Justa e Inclusiva, promovido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) nesta segunda-feira (24), na sede da Mútua, em Brasília.

O Paraná ganhou destaque após a adesão formal do Governo do Estado ao Selo de Boas Práticas no Combate à Violência contra Mulheres, criado pela ABNT, em parceria com o Instituto Nós por Elas (NPE) e que faz reconhecimento público a órgãos governamentais e empresas e entidades do setor privado, comprometidas com a causa da prevenção e combate à violência contra as mulheres. As ações realizadas no Paraná, chamaram a atenção de países como Inglaterra e China.

O evento reuniu especialistas e autoridades internacionais, e representantes da International Organization for Standardization (ISO), para debater diretrizes internacionais sobre ética, inclusão e segurança no ambiente corporativo, os desafios na execução dessas práticas, tanto no setor público, como no privado. Natalie de Castro Alves, presidente do Instituto Nós Por Elas, também participou.

Marcela Bocayuva, representante da ISO, ressaltou o trabalho realizado no Paraná. “A secretaria estadual da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa assumiu o compromisso de levar todas as políticas públicas implementadas no Estado para outros países, permitindo que esse exemplo inspire o mundo”, disse ela. “Nosso objetivo é replicar essas boas práticas e elevar o nome do Brasil como referência nesse tema. Reconheço muito o Paraná por estar à frente em uma pauta tão importante”.

A ISO é uma organização não-governamental, fundada em 1947, em Genebra, na Suíça, e que estabelece normas e certificação que representem o consenso dos diferentes países do mundo,

A secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, comentou que é uma grande iniciativa poder colocar as empresas como parceiras na luta contra a violência à mulher. “Fico muito otimista em ver tudo isso ganhando relevância internacional e tenho certeza de que estratégias como essa vão promover mudanças. Em pleno século 21, não é aceitável que ainda sejamos o quinto país que mais mata mulheres no mundo”, destacou.

“No Paraná, identificamos que para combater essa violência, precisamos criar uma nova cultura. Quando adotamos novas práticas e medidas no ambiente organizacional, não estamos somente trabalhando para atender e defender a vítima, mas também lidando diretamente com eventuais agressores, que, ao verem o cerco se fechar, seguramente adotarão uma nova postura no ambiente de trabalho”, afirmou Leandre.

O presidente da ABNT, Mario William Esper, afirmou que as normas discutidas oferecem diretrizes para organizações que buscam garantir um ambiente seguro, justo e sustentável. “São ferramentas fundamentais para a proteção dos direitos humanos e para o fortalecimento da reputação corporativa", reforçou.

PIONEIRISMO – O Paraná tem a primeira empresa no Brasil a ser certificada por ações de combate à violência às mulheres, concedida pela pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em parceria com o Instituto Nós Por Elas (NPE): a Versátil Andaimes, de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba.

A certificação formaliza o compromisso de organizações em garantir os direitos das mulheres, contribuindo, assim, na redução dos índices de desigualdade e violência no País. Possui selos Bronze, Prata, Ouro e Platina, de acordo com os requisitos atendidos.

Os estados aderem ao projeto por entender que se trata de um instrumento na rede de proteção e no combate à violência contra as mulheres. Já as empresas buscam reconhecimento social por iniciativas focadas nas mulheres, principalmente por oferecer um bom ambiente de trabalho e por alinhar ações internas com a Agenda 2030 – ODS 5 (Igualdade de Gênero).

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