A partir desta terça-feira (13), as polícias Federal e Militar iniciam o patrulhamento conjunto da área dos portos do Paraná. A parceria, no mar, é inédita e se soma à atuação da Unidade Administrativa de Segurança Portuária (UASP) e da Guarda Portuária, principalmente no combate ao tráfico de drogas.
A patrulha nas áreas portuárias será diária, 24 horas. As equipes do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom), da Polícia Federal, e da Patrulha Costeira do 9º Batalhão de Polícia Militar, atuarão em turnos, cada turno com quatro policiais, no mínimo, na embarcação.
Segundo o chefe da UASP, major César Kamakawa, os trabalhos e a atuação em conjunto entre as forças de segurança vêm sendo desenvolvidos desde 2019.
“Temos diversas ações conjuntas que têm dado ótimos resultados que só demonstram que estamos no caminho certo. Agora essa patrulha no mar se soma à segurança portuária com foco no aumento do tráfico internacional de cocaína”, afirma.
Kamakawa diz que enquanto as equipes da PF e PM intensificam a ronda pelo mar, na área de cais a Guarda Portuária acentua as fiscalizações junto aos caminhoneiros, verificando a movimentação no cais. “Também estamos atentos ao trânsito entre as fronteiras com as áreas de contêineres para que o tráfico não encontre facilidades aqui no Porto de Paranaguá, seja pelo cais ou pelo mar”, diz.
PARCEIROS – “É um trabalho pioneiro que estamos dando o início, hoje, aqui no Porto de Paranaguá,”, afirma o chefe do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom) da Polícia Federal, Alessandro de Barros Vivone.
O trabalho inicia com uma lancha ostensiva da Polícia Federal. A Patrulha Costeira vai agregar outras duas embarcações que são frutos de apreensões e que serão destinadas para essa atuação conjunta. E a UASP também está concluindo o processo de aquisição de duas lanchas que reforçarão o efetivo.
“O apoio da guarda portuária é fundamental. Eles têm atuação direta dentro do Porto. Qualquer situação que eles encontrem no cais, nos acionam e vice-e-versa”, diz Vivone.
Segundo o policial federal, que também e coordenador da Cesportos no Paraná, o objetivo é atuar no combate aos “crimes transfronteiriços” que envolvem o descaminho, contrabando, tráfico de drogas e armas e outros crimes. “Como embarcações fundeadas ou atuando nas proximidades dos navios e do cais em alguma atividade ilícita”, explica.
FORÇA DO ESTADO – O aspirante a oficial Guilherme Arnoldo Stelle Neto, comandante da Patrulha Costeira da PM, diz que este é um projeto piloto. “Tem tudo para dar certo. Iniciamos hoje e esperamos estender muito tempo. A intenção do trabalho conjunto é reprimir não somente o tráfico internacional, que é de competência da Polícia Federal, mas também o translado de entorpecentes na Baía de Paranaguá, de ilha para ilha, do continente para as ilhas e vice-e-versa. De forma conjunta, a abrangência da atuação e os resultados são maiores”.
De acordo com Stelle, o grupo ainda pretende agregar a Marinha para ampliar ainda mais as abordagens, principalmente no que diz respeito às documentações das embarcações e outras questões administrativas.
“A Patrulha Costeira foi criada há pouco mais de um ano, e nos apoiamos muito na atuação do Nepom, devido à vasta experiência que eles já têm. Atuando de forma conjunta, conseguimos reprimir os ilícitos de uma forma mais eficaz, tanto da esfera federal quanto da estadual”, afirma o representante da Patrulha Costeira da PM.