Cerca de 14,4 mil candidatos realizaram as provas do Processo Seletivo Seriado (PSS) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) neste domingo (5). São alunos do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio, que buscam uma das 494 vagas disponíveis pelo PSS nos cursos de graduação da UEPG. A prova teve uma taxa de abstenção de 10% dos inscritos, número menor do que nos demais vestibulares e provas realizados durante a pandemia de Covid-19.
As provas aconteceram em 19 cidades do Paraná: Apucarana, Cascavel, Castro, Curitiba, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guarapuava, Irati, Jacarezinho, Jaguariaíva, Londrina, Maringá, Palmeira, Ponta Grossa, Rio Negro, São Mateus do Sul, Telêmaco Borba, Umuarama e União da Vitória.
O PSS contou com um Protocolo de Biossegurança, elaborado pela CPS e aprovado pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, que já foi utilizado em outras provas na UEPG, com uso obrigatório de máscaras, higienização das mãos, aferição de temperatura e distanciamento social.
Para os candidatos do PSS 3, o resultado dos classificados em primeira chamada será divulgado até o dia 23/12/2021. As matrículas dos classificados dentro do número de vagas ofertadas ocorrerá no mês de abril e as aulas do ano letivo de 2022 estão previstas para iniciar na sequência. Até 01 de março de 2022, os candidatos que realizaram as provas do PSS 1 e 2 terão divulgados seus desempenhos individuais.
Para muitos dos alunos que realizaram o PSS 1, a prova era uma das primeiras realizadas para entrar em uma universidade. Na Central de Salas de Aula do Campus Uvaranas, maior local de provas, participavam 726 candidatos. Um deles era o filho de Maurício Marciel e Ivanise, que esperavam ansiosos na saída. “Participar da prova é uma vitória”, disse o pai. “Nós somos do interior, de Ventania, uma cidade pequena”.
Para completar o Ensino Médio e tentar uma vaga em Engenharia da Computação, o adolescente estuda em uma cidade vizinha, Arapoti, e faz o trajeto de ida e de volta todos os dias.
Pela primeira vez, desde o início da pandemia de Covid-19, as três provas aconteceram no mesmo dia. Para João Vitor Nascimento, que participava do PSS 2, essa prova trouxe mais nervosismo. “Meu pai pegou Covid nesse ano e teve um AVC [acidente vascular cerebral], o que me atrapalhou um pouco nos estudos”, contou o candidato, que almeja uma vaga em Agronomia ou Zootecnia.
O ano de 2021 foi mais puxado que os outros, segundo Rayane Petter, de Castro. “Para essa prova (PSS 2), eu me dediquei mais”, contou.
A primeira candidata da fila para entrar no Bloco A da UEPG Centro foi Ana Paula Natal. Concentrada, disse estar confiante para a prova porque durante o ano ela manteve uma rotina de preparação para o PSS1. “Eu estudava todos os dias, das 18h às 21h, então, estou tranquila”, afirmou.
Camila Tangerino de Almeida, aluna do Colégio Agrícola Augusto Ribas (CAAR-UEPG), que fez o PSS 1, disse que pretende continuar “na casa” e seguir na UEPG a mesma área pela qual optou no ensino médio, a Agronomia. “No Colégio temos o Preparatório para o PSS, então, existe um estímulo para que os estudantes façam as provas. Temos aulas específicas e recebemos informações constantemente num grupo que montamos sobre o tema”, afirmou.
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ATENDIMENTO ESPECIAL – No Bloco D do Campus Central da UEPG, aconteceu o Atendimento Especial, voltado para candidatos que têm algum tipo de necessidade especial, seja por deficiência física ou intelectual, ou que necessitavam de acompanhamento individualizado.
A fiscal de sala Ana Maria Correia Giroto é professora, mãe de autista e trabalha há 13 anos nos vestibulares e processos seletivos da UEPG. Ela conta que a inclusão é uma causa que a motiva e que traz realização pessoal. “Eu gosto de me doar para essa causa. Se eu fosse fiscal do normal, acho que não seria a mesma coisa, porque aqui eu estou ajudando alguém”, destacou. “Eu tenho um filho autista, então meu atendimento com os especiais é diferenciado, consigo perceber quando estão cansados, por exemplo”.
A pedagoga Ana Maria Coimbra também atuou no atendimento especial do PSS, como intérprete de libras. “A gente faz a mediação da comunicação. Se não existissem os profissionais, esses alunos da inclusão não teriam essa oportunidade, né?. Por isso, o trabalho nas provas é sempre um desafio, superado com carinho e atenção", disse.
Já na reta final do PSS, fazendo a terceira prova e tentando uma vaga no curso de Serviço Social, a candidata Renata Heloise Iatczaki pediu o atendimento especial por conta da dislexia, um transtorno que dificulta a escrita e leitura. “No primeiro PSS, não quis fazer [com atendimento especial] por vergonha. Depois que passei a usar, minha nota aumentou muito”, destacou.