Universidade Estadual de Maringá estuda produtos naturais para combater o coronavírus

22/07/2020
Uma pesquisa da Universidade Estadual de Maringá, UEM, está analisando se produtos naturais podem ser usados no combate ao coronavírus. Conduzida pelo professor doutor Flavio Seixas, a pesquisa busca identificar substâncias que bloqueiem as enzimas responsáveis pela multiplicação do vírus. O vírus se multiplica no organismo por meio de estruturas específicas chamadas de enzimas. A estratégia é encontrar substâncias que se ligam seletivamente a estas enzimas para inativá-las e com isso impedir a multiplicação e a progressão da doença. O superintendente estadual de Ciência e Tecnologia, Aldo Bona, ressaltou a atenção do Governo do Estado com o incentivo à pesquisa nas universidades. // SONORA ALDO BONA //
Os colaboradores da pesquisa já identificaram vários componentes de extratos vegetais, que estão armazenados em um banco de dados virtual. Em seguida, um programa de computador faz simulações para calcular a probabilidade destes componentes se ligarem às enzimas virais, estratégia chamada de varredura virtual. O programa consegue analisar milhares de componentes por dia, o que agiliza o processo de investigação. Os pesquisadores já identificaram cerca de 10 componentes dos extratos vegetais que, em teoria, teriam maior chances de inibir a proteína viral, comparado a medicamentos sintéticos já testados. Com os compostos identificados, os pesquisadores estão agora o processo de extração e isolamento. A próxima etapa é confirmar se as substâncias naturais isoladas, de fato, se ligam à enzima viral que foi produzida em laboratório. Se esta fase da pesquisa apresentar resultado positivo, o próximo passo será testar os compostos extraídos em células infectadas. Nesta fase, a pesquisa segue em parceria com a Universidade de São Paulo, que possui laboratórios apropriados para este tipo de pesquisa. Participam da pesquisa estudantes de pós-graduação da UEM e os pesquisadores João Mello, do Laboratório de Biologia Farmacêutica; Rosane Peralta, do Laboratório de Bioquímica de Microrganismos e Alimentos; Maria Fernandez do Laboratório, da Organização Funcional do Núcleo. (Repórter: Rodrigo Arend)