União entre IAT e UFPR viabiliza projeto experimental de recuperação de áreas úmidas

15/04/2024
Com o objetivo de recuperar áreas úmidas do Estado e virar referência nacional, o IAT, Instituto Água e Terra, e a UFPR, Universidade Federal do Paraná, se uniram no fim do ano passado e criaram o Núcleo Experimental de Restauração em Áreas Úmidas, Nerau. O departamento funciona em oito hectares da Fazenda Experimental Canguiri, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e busca criar uma metodologia para a regeneração e normalização desses espaços, essenciais para o controle hídrico e sequestro de carbono. Essa é uma das medidas promovidas pelo Governo do Estado para celebrar o Dia Nacional da Conservação do Solo, comemorado nesta segunda-feira. A engenheira agrônoma do IAT, Daniela Ferreira, é coordenadora e analista do setor de Licenciamento Florestal do Instituto, além de ser uma das idealizadoras do núcleo. O foco, segundo ela, é estudar diferentes modelos de restauração de áreas úmidas, ecossistemas periodicamente ou sempre inundados, com solos encharcados, como manguezais, brejos e pântanos.// SONORA DANIELA FERREIRA.//

Dentro desses locais, um em especial chama a atenção: são as áreas classificadas como turfeiras, principalmente aquelas que foram drenadas, mecanismo bastante utilizado para tornar o solo agricultável, transformando área alagada em seca. A engenheira explica que as turfeiras funcionam como uma esponja que, quando encharca, absorve a água, e quando drena, expele tudo em direção ao rio.// SONORA DANIELA FERREIRA.//

Além disso, esse solo tem um alto potencial de sequestro de carbono, agindo como ferramenta natural para a diminuição da emissão de gases do efeito estufa.// SONORA DANIELA FERREIRA.//

A medida vai ao encontro da resolução tomada durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021, que estabeleceu que a metade das turfeiras já drenadas no planeta precisam ser restauradas até 2030 para servir como auxílio ao Acordo de Paris de 2015, que busca manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de realizar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Os primeiros passos do Nerau foram dados em dezembro de 2023 com a realização do planejamento, monitoramento e delineamento do projeto. Está previsto o bloqueio dos drenos em toda área, com a execução de três etapas: supressão da vegetação; supressão da vegetação e transplante de espécies adaptadas à condição de umidade; e, por último, a não supressão, conforme explica Daniela.// SONORA DANIELA FERREIRA.//

Todos os detalhes você confere no site www.aen.pr.gov.br. (Repórter: Felippe Salles)