UEL desenvolve técnica rápida para identificar fraude em carnes

18/11/2019
Em menos de um minuto de análise é possível identificar alterações em carnes processadas, como a linguiça frescal suína. É o que já apontam os resultados do projeto de pesquisa “Identificação e caracterização de fraudes em produtos cárneos”, coordenado pelo professor Rafael Humberto de Carvalho, do Departamento de Zootecnia, do Centro de Ciências Agrárias. A pesquisa, que começou após a Operação Carne Fraca, em 2017, propõe a fiscalização dos alimentos produzidos com carne, visando alimento mais seguro para a população. O projeto analisou 135 amostras de linguiça frescal, que foram adulteradas propositalmente com carne de cabeça suína, em variadas quantidades. Segundo o professor Rafael, eles desenvolveram uma curva padrão deste produto não adulterado, a partir de análise com uso do infravermelho-próximo. Foi identificado que as amostras com curvas diferentes da considerada modelo estavam realmente adulteradas, o que mostra a eficiência do estudo.// SONORA RAFAEL HUMBERTO DE CARVALHO.//

Com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, de quase 30 mil reais, o projeto conseguiu adquirir um equipamento portátil. Rafael Carvalho disse que a carne pode ser colada no equipamento fixo, que está ligado ao computador em um sistema desenvolvido por eles e, em menos de um minuto, o resultado é o desenho da curva. Já no aparelho portátil basta apenas encostá-lo no produto cárneo, que a análise já é feita. Este é ainda mais rápido na análise. Em segundos já identifica se houve alteração na curva espectral. Isso tudo ocorre porque a luz então incidida no produto é absorvida no equipamento, sendo capturada pelo sistema e traduzida pelos algoritmos. O que motivou a pesquisa, como conta o professor Rafael, foi a preocupação da consequência desses produtos fraudados para a saúde humana.// SONORA RAFAEL HUMBERTO DE CARVALHO.//

Com a agilidade que apresenta, o pesquisador acredita que o equipamento poderá ser utilizado futuramente por órgãos fiscalizadores, como o Ministério da Agricultura e Agência Nacional de Vigilância Sanitária para análise da qualidade da carne brasileira. O equipamento portátil, por exemplo, pode ser levado aos frigoríficos e impedir que alguns produtos cheguem à comercialização, por já se saber que existe alteração - como uma primeira forma de controle. O objetivo da pesquisa para os próximos meses é concluir a análise de mais dois produtos cárneos: salsicha de frango e hambúrguer. As carnes são fornecidas por granjas e frigoríficos parceiros da região, mas as diferentes análises dependem do desenvolvimento de algoritmos e programação, feitos com base em mais áreas do conhecimento. (Repórter: Amanda Laynes)