Trabalho invisível: setor de conservação do MON cuida de 14 mil obras de arte

13/08/2024
O trabalho do setor de Conservação e Restauro do Museu Oscar Niemeyer cuida de um acervo de aproximadamente 14 mil obras de arte, além das centenas que integram simultaneamente as exposições temporárias. Com um trabalho minucioso, criterioso e muitas vezes invisível ao público, funcionários do maior museu de arte da América Latina verificam cada obra de arte, cada detalhe que possa estar diferente de como a peça chegou até o MON, todos as semanas. A equipe responsável por esse trabalho usa todo o equipamento necessário, como máscara, luvas e jaleco apropriado. A ronda, como é chamado o trabalho de verificação, acontece todas às segundas-feiras, dia em que o museu está fechado para visitação. Caso a obra não possua nenhum problema, a equipe faz apenas a limpeza superficial. Segundo Humberto Imbrunísio, coordenador do setor de Conservação e Restauro, ter peças danificadas não é algo tão frequente, mas, ainda assim, o cuidado é essencial para prevenir alguma ação que possa se intensificar com o passar do tempo. // SONORA HUMBERTO IMBRUNÍSIO //

Dos quase 22 anos de existência do MON, Humberto é funcionário há 20. Ele viu o acervo quintuplicar nos últimos anos. // SONORA HUMBERTO IMBRUNÍSIO //

Para que as obras não sofram danos, a equipe de conservação conta com um rigoroso processo de cuidado. São duas reservas técnicas: a tridimensional, para esculturas, e a bidimensional, para quadros e pinturas em papéis. As pinturas, aliás, são as que requerem maior atenção e cuidado. Isso porque costumam ser mais influenciadas pela luminosidade e pelo toque dos visitantes, podendo ter rachaduras, afundar ou até perder o pigmento. Segundo Humberto Imbrunísio, a depender do tipo e grau do dano, o tempo de restauro também varia. No caso de um descolamento de tinta ou então algo preventivo, o trabalho costuma ser mais fácil, podendo demorar até um mês. Já se a peça rasgar o conserto pode levar cerca de um ano. // SONORA HUMBERTO IMBRUNÍSIO //

A luz, por exemplo, fica desligada dentro das reservas técnicas e só é ligada, rapidamente, no momento em que alguma peça é retirada para exposição ou então para conservação. O mesmo cuidado existe nas exposições, com cada ponto de luz pensado para não danificar a obra. A temperatura ambiente também é monitorada e deve ficar sempre em torno dos 22º C. Qualquer alteração é comunicada pelos seguranças ao setor responsável. A umidade deve ficar na casa dos 55%. Fora isso, as obras do acervo próprio do MON e as temporárias ficam em ambientes distintos. (Repórter: Gustavo Vaz)