Tecnologia garante educação de presos durante a pandemia

13/10/2020
Câmeras, microfones e computadores se somam aos livros, canetas, lápis e cadernos. É com estes materiais que o Setor de Educação e Capacitação do Depen, Departamento Penitenciário do Paraná tem dado continuidade aos atendimentos educacionais em diversas unidades prisionais do Estado. Em Guarapuava, 76,6% dos presos das penitenciárias Estadual e Industrial do município estavam matriculados em algum programa de estudo no mês de setembro.
Além destas unidades, penitenciárias e cadeias públicas de outras regionais, como Curitiba, Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina e Maringá, também mantém as atividades educacionais, principalmente o Programa de Remição pela Leitura, que teve participação de 1.739 detentos no mês passado. Em todo o Paraná, no último mês, 3.502 presos estavam matriculados na educação básica, ou seja, nos ensinos fundamental e médio.
Francisco Caricati, diretor-geral do Depen, disse que foi adotado há algum tempo uma metodologia voltada à tecnologia, já empregada nas videoconferências e no ensino EaD, estrutura esta que se aperfeiçoa a cada tempo, principalmente neste período de pandemia. Com isso, conseguiu se manter bons índices de aproveitamento, por exemplo, na área de estudo, destacou o diretor.
De acordo com o chefe do Setor de Educação e Capacitação do Depen, Ismael Meira, desde que as atividades presenciais foram suspensas por conta da pandemia da Covid-19, em março deste ano, as unidades têm buscado meios de dar continuidade ao ensino dos presos.

Na Penitenciaria Estadual de Guarapuava, Unidade de Progressão, os alunos são levados até as salas de aula, obedecendo a distância necessária, e por meio de uma câmera a professora acompanha as atividades de forma simultânea, como a escrita dos resumos e da resenha final sobre o livro lido para o Programa de Remição pela Leitura.
Depois, as atividades feitas são encaminhadas para a professora,  após todas as medidas de higienização necessárias.
No caso dos projetos educacionais, os presos que participam das atividades podem reduzir a pena de duas formas. Uma delas é o Programa de Remição pela Leitura, pelo qual os presos têm direito à redução de quatro dias da pena após ler um livro e entregar uma resenha, atividade desempenhada sob supervisão de professores de Língua Portuguesa e de Pedagogia da rede estadual de ensino.
Ao todo, são 20 dias para leitura, com média de duas horas diárias, e oito horas para escrever e reescrever o texto ampliativo. Para ser aprovado, o preso ainda precisa atingir uma média de 6,0 pontos na resenha. Em um ano, o interno pode reduzir até 48 dias de pena.
Outra maneira é a participação em atividades curriculares, como o ensino básico. Neste caso, os alunos presos precisam de 12 horas de frequência escolar, divididas, no mínimo, em três dias, para reduzir um da pena. (Repórter: Flávio Rehme)