Técnicos sobrevoam o Centro-Sul para avaliar impacto da Nova Ferroeste sobre território indígena

08/07/2021
Nesta quinta-feira, uma comitiva formada por técnicos do Ibama, Funai e Ministério da Economia sobrevoou o trecho entre a Serra do Mar e o Centro-Sul do Paraná para verificar o traçado da Nova Ferroeste na região. Acompanhados por representantes do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário, eles monitoraram o trajeto por onde devem passar os trilhos da linha férrea, que vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, a Paranaguá. Logo pela manhã, a equipe foi recebida pelo governador Carlos Massa Ratinho Júnior, no Palácio Iguaçu, em Curitiba. De lá embarcaram no helicóptero para o sobrevoo que durou mais de duas horas. Segundo o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, essa união de esforços e atenções em relação ao projeto da Nova Ferroeste é importante para assegurar que ela saia do papel.// SONORA LUIZ HENRIQUE FAGUNDES.//

Um dos locais mais importantes avistados no trajeto é a Terra Indígena Rio das Cobras. Localizada em Nova Laranjeiras, no Centro-Sul do Estado, a área fica a menos de 10 quilômetros de onde passará a ferrovia e será estudada para avaliar os impactos do aumento no fluxo de carga no local. Para Carla Costa, coordenadora-geral de Licenciamento Ambiental da Funai, esse sobrevoo ajudou a entender a distribuição das aldeias e como elas estão organizadas próximo à Ferroeste.// SONORA CARLA COSTA.//

A secretária de Apoio ao Licenciamento Ambiental e à Desapropriação, do Ministério da Economia, Rose Hofmann, explicou que essa relação da terra indígena com a ferrovia requer muita atenção para tentar reduzir ao máximo os impactos.// SONORA ROSE HOFMANN.//

Segundo Luiz Henrique Fagundes, a preocupação com as comunidades indígenas fez com que o traçado fosse revisto ao longo da elaboração do projeto, visando o menor impacto possível. Na Terra Indígena Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras, vivem cerca de 3.200 índios das etnias Kaigang e Guarani. A área de 18 mil hectares foi destinada exclusivamente aos indígenas pelo Governo do Paraná em 1901. A maioria dos habitantes vive da lavoura e dos programas de distribuição de renda do Governo Federal. Carla Costa ainda destacou que as avaliações cuidadosas se fazem necessárias mesmo já havendo uma ferrovia que passa nas proximidades dessas comunidades indígenas.// SONORA CARLA COSTA.//

A Fipe, Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, é quem analisa o Componente Indígena, contido nos Estudos de Impacto Ambiental do Corredor Oeste de Exportação. Uma reunião virtual com a comunidade indígena está marcara para o próximo dia 13 de julho. Serão apresentados os termos que devem ser realizados o estudo para a aprovação conjunta dos líderes indígenas, da Funai e do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário. Em Guarapuava a comitiva conheceu o pátio da Ferroeste e seguiu por terra até Cascavel. Nesta sexta-feira os técnicos irão a Foz do Iguaçu visitar alguns pontos do futuro ramal que vai ligar o município a Cascavel. Nesta quarta-feira, eles estiveram no Porto de Paranaguá. A Nova Ferroeste é a única ferrovia estadual contida no PPI, O Programa de Parcerias e Investimentos, que contém as prioridades para o Governo Federal. Com 1.285 quilômetros de extensão, a ferrovia vai viabilizar o transporte de 38 milhões de toneladas de carga no primeiro ano de funcionamento. Destes, 26 milhões de toneladas seriam exportadas pelo Porto de Paranaguá. Outros detalhes podem ser conferidos em xoops.celepar.parana/migracao/secs_aenoticias. (Repórter: Wyllian Soppa)