Setor produtivo abraça o projeto da Nova Ferroeste

08/04/2021
O avanço do projeto da Nova Ferroeste com a conclusão do estudo preliminar de demanda e traçado elaborado pelo Governo do Estado mudou as expectativas do setor produtivo paranaense. A aposta agora é que, enfim, a ligação Paraná e Mato Grosso do Sul por trilhos sairá do papel. De acordo com João Arthur Mohr, gerente de Assuntos Estratégicos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, é um projeto importantíssimo, cercado de muita expectativa, e que há anos era aguardado por quem produz no Paraná.// SONORA JOÃO ARTHUR MOHR.//

Cascavel vai se transformar na central logística de toda a região. O terminal de transbordo projetado para funcionar na cidade receberá cargas do Mato Grosso do Sul, Paraguai e Argentina. Também terá ligação com Foz do Iguaçu com a construção de um ramal ferroviário. De lá, a mercadoria desce rumo ao Litoral, passando por outros polos importantes da Nova Ferroeste como Guarapuava e Balsa Nova. O diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, disse que o traçado planejado é extremamente interessante, visto que a agricultura e a pecuária são a base do Paraná.// SONORA DILVO GROLLI.//

A implementação da Nova Ferroeste ganhou apoio também das cooperativas paranaenses instaladas no Mato Grosso do Sul. Instalada em Dourados, segunda cidade mais populosa do Mato Grosso do Sul com aproximadamente 225 mil habitantes, a divisão de soja da Coamo entrou em operação em novembro de 2019, com um investimento estimado em 800 milhões de reais. Emprega 400 funcionários diretamente, quadro que sobe para cerca de 1.500 pessoas quando considerado os postos indiretos. A cooperativa nasceu em Campo Mourão, na região Centro-Oeste do Paraná. Gerente da indústria de óleo, Emerson Abrahão Mansano explicou que a construção de um eixo ferroviário com a inclusão de Dourados vai permitir à Coamo ganhar competitividade, especialmente por causa da redução do custo da operação, estimado em 27% nas exportações.// SONORA EMERSON ABRAHÃO MANSANO.//

Opinião compartilhada por todos que administram a Lar de Caarapó. Instalada na cidade desde 2019, a unidade é voltada também para a estratificação da soja – o complexo esmaga 1.500 toneladas por dia. Gera diretamente 220 postos de trabalho. Em torno de 600 considerando os indiretos. A Lar tem a sede principal em Medianeira, no Oeste paranaense. O gerente industrial da unidade sul-mato-grossense, Thales da Silva, disse que vai facilitar muito a logística de movimentação de grãos.// SONORA THALES DA SILVA.//

O projeto busca implementar o segundo maior corredor de transporte de grãos e contêineres do País, unindo dois dos principais polos exportadores do agronegócio brasileiro. Apenas a malha paulista teria capacidade maior. A expectativa, de acordo com os técnicos, é que pela Nova Ferroeste seja possível o transporte de 35 milhões de toneladas por ano – ou aproximadamente 2/3 da produção da região, dos quais 74% seriam de cargas destinadas para a exportação. Pelo planejamento, será construída uma estrada de ferro entre Maracaju, maior produtor de grãos do Mato Grosso do Sul, até Cascavel, no Oeste Paranaense. De lá, o trem segue pelo atual traçado da Ferroeste com destino a Guarapuava, até se ligar a uma nova ferrovia que vai da região Central do Estado ao Porto de Paranaguá. (Repórter: Marcelo Galliano)