Secretaria de Estado da Agricultura registra benefícios da cultura do trigo no inverno

11/03/2021
A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater emitiram uma Nota Técnica sobre o uso de áreas para o plantio de trigo no inverno. A orientação inclui as cultivares mais adequadas e visa garantir renda ao produtor caso haja impossibilidade de semeadura do milho segunda safra. Os técnicos registram que o Brasil colhe cerca de seis milhões e 200 mil toneladas de trigo anualmente. A liderança é paranaense, responsável pela metade da produção. No entanto, o consumo é de 11 milhões e 800 mil toneladas. Em razão disso, somente no ano passado, o País importou seis milhões e 800 mil toneladas. Segundo a Nota Técnica, isso gerou o envio de recursos financeiros escassos para o exterior, os quais deixam de ser utilizados no Brasil e na cadeia produtiva local do trigo. O Paraná cultiva cerca de cinco milhões e 500 mil hectares com soja. No inverno, o milho segunda safra ocupa dois milhões e 280 mil hectares dessa área, enquanto o trigo fica restrito a um milhão e 120 mil hectares. De acordo com a Nota, a área de trigo e outros cereais de inverno, como a aveia e o triticale, poderia ser significativamente expandida. O documento também registra os problemas climáticos que atrasaram o desenvolvimento da soja e a colheita. Com isso, também a semeadura do milho safrinha no período mais propício foi afetada. Uma opção para os agricultores que estão enfrentando o problema da semeadura do milho segunda safra, dentro do prazo estabelecido pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático, é justamente o cultivo de cereais de inverno. Nesse sentido, o trigo é a principal alternativa, encaixando perfeitamente no período de abril a outubro, dependendo da região, em sucessão à soja. Além disso, também promove a rotação de culturas e auxilia na proteção contra erosão, retém a umidade e reduz a temperatura do solo, favorecendo processos biológicos e químicos. A Nota Técnica ainda destaca a possibilidade de um retorno financeiro de exceção, uma vez que desde 2007 a cultura do trigo não apresentava uma rentabilidade tão alta. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural da secretaria, em novembro de 2020 a rentabilidade chegou a 49%. (Repórter: Wyllian Soppa)