Secretaria da Saúde alerta sobre riscos da obesidade infantil

05/06/2020
O Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil foi lembrado no último dia 3, e a Secretaria de Estado da Saúde alerta sobre os riscos do problema. Segundo a Organização Mundial da Saúde, este é considerado um dos principais desafios deste século. Dados divulgados pela Organização Internacional de Obesidade no Mundo, aponta que atualmente cerca de 158 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos convivem com o excesso de peso, e esse número deve aumentar para 254 milhões nos próximos dez anos. No Paraná, no ano passado dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional já indicavam que três em cada dez crianças entre 5 a 9 anos atendidas nas Unidades de Saúde apresentaram excesso de peso. E que 15% deste grupo estavam obesas. Entre as crianças menores de 5 anos, 13% apresentaram excesso de peso. A obesidade é um problema de saúde grave que deve ser tratada com seriedade, principalmente na população infantil, segundo Cristina Klobukoski, nutricionista da Divisão de Promoção da Alimentação Saudável e Atividade Física da Secretaria da Saúde. Ela reforça que, além de causar consequências graves na vida adulta, a própria criança pode sofrer de diversas maneiras pelo excesso de peso. // SONORA CRISTINA KLOBUKOSKI // A nutricionista também alerta para os cuidados com a alimentação de toda a família neste momento de pandemia, pois o hábito das crianças é diretamente afetado. // SONORA CRISTINA KLOBUKOSKI // Segundo ela, a dieta baseada em alimentos ultraprocessados além de aumentar a fome, reduz o metabolismo e pode fazer com que a criança perca a noção de fome e saciedade, aumentando a obsessão por comer e o comer emocional, além de proporcionar sentimentos negativos em relação à comida, como culpa e ansiedade, que pode gerar transtornos alimentares. Entre as medidas que podem contribuir com os hábitos mais saudáveis para as crianças, estão cuidados ainda na gravidez. A prevenção inicia com um ganho de peso gestacional adequado e aleitamento materno até dois anos ou mais, sendo exclusivo nos seis primeiros meses. Após os seis meses, a alimentação da criança e de toda a família deve ser baseada em produtos in natura e minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, feijão, arroz, leite, carnes e ovos. O açúcar não deve ser oferecido para crianças menores de dois anos e não deve fazer parte da rotina alimentar mesmo nos anos posteriores, além de não ser necessário. Pode causar danos à saúde da criança, com exposição excessiva de doce desde cedo e ainda causar dificuldade na aceitação de alimentos saudáveis, importantes para seu crescimento e desenvolvimento. Os ultraprocessados, como refrigerantes, biscoitos recheados, macarrão instantâneo, suco de caixinha, salsicha, empanados e salgadinhos também devem ser evitados. Como forma de prevenção e controle da obesidade infantil, a Secretaria da Saúde do Estado coordena programas como a Vigilância Alimentar e Nutricional, o Programa Saúde na Escola e o Programa Crescer Saudável. (Repórter: Rodrigo Arend)