Seca e calor reduzem estimativa da produção de grãos no Paraná

24/01/2019
O clima seco e as altas temperaturas registrados, principalmente, nos meses de novembro e dezembro do ano passado frustraram a expectativa com a safra paranaense de grãos de verão 2018/2019. O Deral, Departamento de Economia Rural, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, estimava uma produção de 22 milhões e 500 mil toneladas. A projeção foi revista para 20 milhões e 400 mil toneladas de grãos. A estimativa de produção de grãos de verão 2018 foi apresentada pelo secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, nesta quinta-feira, em Apucarana, no Norte do Estado. Ele ressaltou que a queda se dá após sete anos de boas safras.// SONORA NORBERTO ORTIGARA.//
A lavoura mais afetada foi a de soja, seguida do feijão e milho da primeira safra. A produção de soja deve registrar uma redução de 14%, de acordo com o Deral. A estimativa inicial, de uma safra de 19 milhões e 500 mil toneladas, foi reduzida para 16 milhões e 800 mil toneladas. Se a nova projeção for confirmada, a receita dos produtores cairá 3 bilhões de reais, considerando os preços de mercado. Ortigara lamentou o resultado provocado pelo clima adverso, que frustrou as expectativas dos agricultores de continuar com boa produtividade nas lavouras. Mas não descarta que perdas possam ser compensadas em áreas onde houve plantio tardio de soja.// SONORA NORBERTO ORTIGARA.//
A mesma seca atingiu também outros estados produtores de grãos como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Tocantins. No Paraná, as regiões mais afetadas com as perdas de soja até agora foram as de Toledo, seguida de Umuarama, Campo Mourão, Francisco Beltrão e Paranavaí. Os reflexos no mercado já são evidentes. A soja está sendo comercializada, pelo produtor, em média por 69 reais a saca, cerca de 6% acima dos preços praticados em igual período do ano passado. Já a safra de milho foi menos afetada pelo clima em função da resistência das lavouras com o clima seco. A projeção para esse período do ano apontava para uma colheita de 3 milhões e 300 mil toneladas, contra uma estimativa atual de 3 milhões e 100 mil toneladas. Os preços do milho permanecem estáveis, em torno de 29 reais a saca, sem grandes oscilações. Em relação ao feijão, as perdas registradas na primeira safra também são expressivas. A primeira safra de feijão registra uma perda de 19% na produtividade, o que representa uma redução de 61 mil toneladas de feijão. A perda financeira para os produtores é de 171 milhões de reais. A produção estimada até agora é de 260 mil toneladas. As perdas já estão refletindo no mercado. O feijão de cor teve uma alta de 41% de dezembro até esta penúltima semana de janeiro. O feijão de cor que era vendido por 123 reais e 52 centavos a saca em dezembro, está sendo negociado agora em média por 174 reais e 76 centavos a saca. O feijão preto que era vendido a 123 reais e 84 centavos a saca em dezembro, está sendo vendido em média por 156 reais e 60 centavos a saca, em janeiro. Para a segunda safra de milho e feijão as condições de plantio estão boas com o retorno das chuvas e a previsão é de aumento na produção. (Repórter: Amanda Laynes)