Saúde monitora serpentes no Estado e garante soro que neutraliza ação do veneno

08/07/2024
A Secretaria de Estado da Saúde mantém aproximadamente 350 serpentes no CPPI, Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos. Dessas, 270 serpentes peçonhentas são para a produção do soro antibotrópico, que neutraliza a ação do veneno de serpentes da família das jararacas. Somente este ano foram produzidos 300 litros de plasma Hiperimune Antibotrópico, matéria-prima do soro antibotrópico, utilizado em casos em que há acidente com serpentes, quando o paciente apresenta risco de vida. Profissionais de saúde que atuam no CPPI, na Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações, e no Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Paraná realizaram uma capacitação para a identificação correta dos animais, ou seja, de serpentes peçonhentas e não peçonhentas. O aprimoramento foi no Museu de História Natural Capão da Imbuia, em Curitiba, com Júlio Cesar de Moura-Leite, especialista em herpetologia, para auxiliar ainda mais os especialistas no monitoramento e levantamento da distribuição das espécies, bem como de dados epidemiológicos dos acidentes. O CPPI é conhecido nacionalmente por desenvolver antígenos, anti-soros e insumos para auxílio diagnóstico, veneno padrão de animais peçonhentos e animais de laboratório. O tratamento eficaz contra esses envenenamentos só é possível utilizando imunoglobulinas, ou seja, anticorpos, que são específicos contra as proteínas existentes no veneno. Essas imunoglobulinas inativam e bloqueiam a ação das proteínas, impedindo que atuem no corpo da vítima. Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde, em 2023 foram registrados 938 acidentes por serpentes no Paraná. Informações preliminares apontam 494 acidentes neste ano. De acordo com a bióloga da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria da Saúde, Juliana Cequinel, em caso de acidente o paciente deve procurar um serviço de saúde o quanto antes. // SONORA JULIANA CEQUINEL //

O CPPI é um dos laboratórios do Estado, e está entre os quatros principais produtores de soros antiveneno de uso humano distribuídos ao SUS. Para o diretor do CPPI, Rubens Gusso, a saúde pública se ampara nos serviços da unidade. // SONORA RUBENS GUSSO //

O laboratório é gerido pela Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Paraná desde 2016 e é um dos quatro laboratórios farmacêuticos oficiais produtores de soros antiveneno, com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (Repórter: Victor Luís)