Rede estadual de ensino abriga mais de 4 mil alunos estrangeiros no Paraná

17/05/2019
Atualmente, mais de 4 mil estudantes estrangeiros migrantes, refugiados ou apátridas, de 76 nacionalidades, estão matriculados na rede estadual de ensino do Paraná. Todo migrante que vem ao Brasil, nas diferentes condições, tem direito à escolarização e ao acesso à educação básica. Para facilitar a adaptação e a compreensão dos novos alunos, o Paraná também oferece cursos de Língua Portuguesa. Segundo a representante da Secretaria de Estado da Educação no Conselho Estadual dos Direitos dos Refugiados, Migrantes e Apátridas do Paraná, Joice Barbaresco, o domínio do idioma é importante para a integração na sociedade brasileira.// SONORA JOICE BARBARESCO//Em 2015, a família dos primos Eili Al Housh, de 12 anos, e Daniel Al Saad, de 11 anos, deixaram a cidade de Damasco, na Síria, fugindo da guerra civil, e vieram ao Brasil em busca de um recomeço. Eles escolheram o Paraná por recomendação de conterrâneos que vivem aqui. Hoje, Eili diz que eles reconhecem que o acolhimento com que foram recebidos no Colégio Estadual Júlia Wanderley, em Curitiba, foi fundamental para superar a barreira da comunicação.// SONORA EILI AL HOUSH//Daniel Al Saad destacou a atenção dos professores quando ele apresentava dificuldade de entender o que os brasileiros falavam.// SONORA SANIEL AL SAAD//Além de alunos que migraram para o Paraná em busca de uma nova vida, o Colégio Júlia Wanderley também recebe estudantes intercambistas da Holanda, Alemanha, Itália e Estados Unidos, entre outros países, que vêm ao Paraná para aprender português. Segundo a diretora auxiliar do colégio, Valéria Meller Pereira da Silva, o intercâmbio proporciona uma grande troca cultural e de conhecimentos entre os estudantes brasileiros e os estrangeiros.// SONORA VALÉRIA MELLER PEREIRA DA SILVA//O acesso pleno à educação em todos os níveis e modalidades de ensino é garantido aos estudantes estrangeiros de acordo com o Plano Estadual de Educação. O aluno migrante que chega ao Paraná sem nenhum documento que comprove a escolaridade, mas quer estudar, tem três maneiras de ingressar no ensino regular. Se o aluno comprovar que consegue se expressar e se comunicar em português, ele é encaminhado para o ano ou série referente à etapa de ensino condizente ao conhecimento que ele apresentar na prova. Se o estudante não fala o português suficiente, é matriculado em uma série compatível com a idade e, junto com a matrícula da escola, pode fazer também o curso Português para Falantes de Outras Línguas. O curso é aberto à comunidade e pode ser feito por toda a família. A coordenadora da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria da Educação, Marcia Dudeque, explica o que deve ser feito se o aluno apresentar certificado de estudos do país de origem.// SONORA MARCIA DUDEQUE//O Centro de Informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas do Paraná presta apoio e atendimento aos estrangeiros que buscam uma nova oportunidade de vida no Brasil. A unidade é vinculada à Secretaria de Justiça, Família e Trabalho e funciona há quase dois anos. Só nos três primeiros meses deste ano, 1.068 pessoas foram atendidas com orientação e acesso às diversas políticas públicas do Estado. (Repórter: Priscila Paganotto)