Rede de Agropesquisa do Paraná inicia projeto para combate à cigarrinha-do-milho

23/04/2024
Representantes de entidades que se dedicam à pesquisa agropecuária se reuniram no Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, o IDR, em Londrina, para um treinamento e início do projeto de monitoramento da flutuação populacional da cigarrinha-do-milho na atual safra. O trabalho é feito pela Rede de Agropesquisa Complexo de Enfezamento do Milho no Paraná, da qual o IDR-PR faz parte. Criada em 2023 para atender as demandas crescentes do setor agrícola estadual, a rede tem se destacado no enfrentamento dos prejuízos causados pelos enfezamentos e viroses transmitidos pela cigarrinha-do-milho. Com a complexidade desse desafio, ela foi estruturada em três eixos prioritários: monitoramento, reação de cultivares e controle químico e biológico. A doença é causada por um inseto chamado Dalbulus maidis, que transmite vírus e bactérias para as plantas. Isso é conhecido como "complexo" do enfezamento. A cigarrinha se infecta ao sugar a seiva de plantas doentes e depois transmite os patógenos para outras plantas. O treinamento ministrado na semana passada pela equipe de pesquisadores da Área de Proteção de Plantas abordou desde a instalação e coleta das armadilhas adesivas até a taxonomia e identificação da espécie, além de atualizações sobre a bioecologia do inseto. Participaram 12 extensionistas do IDR-Paraná, representando seis mesorregiões produtoras de milho segunda safra. Ivan Bordin, pesquisador da Área de Fitotecnia do IDR, ressalta a importância do compartilhamento de informações entre os técnicos do instituto. // SONORA IVAN BORDIN //


Além do monitoramento, a equipe técnica ressaltou a importância de estratégias como seleção de cultivares tolerantes geneticamente, tratamento de sementes, pulverizações regulares, controle de plantas daninhas, planejamento do plantio e controle ambiental para mitigar os impactos das pragas. A iniciativa visa gerar mapas de distribuição populacional da cigarrinha-do-milho e emitir alertas nos períodos críticos da cultura. As informações são fundamentais para orientar técnicos e produtores na adoção de melhores práticas agrícolas. A pesquisadora do IDR-PR Michele Regina Lopes da Silva, explica que o monitoramento da presença do inseto pode servir de base para a tomada de decisão do agricultor. // SONORA MICHELE REGINA //.

As principais recomendações para lidar com a doença são o uso de cultivares tolerantes e vistorias constantes no período que vai da emergência das plantas até o estágio de oito folhas, com o objetivo de avaliar a presença da cigarrinha e a necessidade de seu controle com inseticidas químicos ou biológicos. Também se recomenda o uso de sementes tratadas e a semeadura simultânea em uma mesma região para evitar a chamada “ponte verde”, que é a existência de lavouras em diferentes etapas de desenvolvimento. A eliminação de tigueras, ou plantas guaxas, do terreno é importante para interromper o ciclo da cigarrinha e dos patógenos. (Repórter: Gabriel Ramos)