Reconhecimento sanitário internacional contou com protagonismo do setor produtivo

28/05/2021
40 milhões de reais é o investimento estimado pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná ao longo dos últimos 24 anos para promoção de ações sanitárias para acabar com a vacinação contra a febre aftosa nos rebanhos do Paraná. Os recursos foram utilizados para mobilização do setor, viagens internacionais, congressos técnicos, material de divulgação e treinamentos para esclarecer os produtores de todos os segmentos do campo que o "selo" Área Livre é um salto inigualável no setor agropecuário. A mobilização mais ativa começou nos anos 1990, quando a vacinação passou a ser obrigatória, e marcou um período de intensa agitação no campo paranaense e formação de uma infraestrutura sólida em sanidade animal. A Faep começou a investir na organização do processo e ajudou a criar o Fundo de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Paraná em 1995. A captação financeira para compor o Fundo aconteceu por meio de contribuição dos produtores com o valor de 1 reais por cabeça durante quatro campanhas de vacinação. Hoje, o fundo conta com mais de 80 milhões de reais, apesar de não ser utilizado há alguns anos, o que indica o fortalecimento sanitário. O Fundepec indeniza produtores que eventualmente tenham que sacrificar animais. Em 1996, a Faep também ajudou a articular a Lei de Sanidade Animal no Paraná, complementando a legislação federal. Ronei Volpi, presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, destaca que para o setor de proteína animal evoluir era preciso avançar na sanidade. Ele ainda acrescenta que essa é uma vitória de todos.// SONORA RONEI VOLPI.//

2 bilhões e 100 milhões de reais é o investimento planejado pelas cooperativas associadas ao Sistema Ocepar apenas no mercado de carnes em 2021, quase metade do planejamento de 4 bilhões e 600 milhões de reais estimado para esse ano. O destaque é justamente o mercado de suínos, com cerca de 770 milhões de reais destacados já de olho nos novos mercados internacionais possíveis de serem aglutinados após o reconhecimento. José Roberto Ricken, presidente da Ocepar, ressalta que sanidade é o principal projeto do agronegócio. Ele conta que ao longo das últimas décadas houve uma atuação forte para a conscientização sobre essa transformação.// SONORA JOSÉ ROBERTO RICKEN.//

Segundo José Ricken, a Ocepar desempenhou um papel grande na antecipação do fim da vacinação, marcada originalmente para 2021. A primeira versão do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, de 2017, estabeleceu uma organização geográfica ao processo de transição para o status de área livre sem vacinação, com base em análises de distribuição espacial dos rebanhos suscetíveis à febre aftosa e movimentação animal no País entre 2014 e 2015. Outro importante acontecimento foi o simulado em emergência sanitária para atendimento de foco de febre aftosa, realizado em agosto de 2019, em São José dos Pinhais. A iniciativa, organizada pela Adapar e o Ministério, fez parte das atividades previstas no convênio de cooperação técnica entre o Comitê Veterinário Permanente do Mercosul e Banco Interamericano de Desenvolvimento. O treinamento consistiu em simular o foco em três propriedades rurais do município e incluiu todos os desdobramentos que um caso real teria. Foram aproximadamente 90 propriedades visitadas e mais de 300 veículos inspecionados e desinfetados durante o evento de campo. O resultado final demonstrou que o Estado do Paraná, por meio da Adapar, possuía condições técnicas e estruturais para enfrentamento de desafios emergenciais que possam ocorrer no Estado. José Ricken destaca que o desafio agora é manter o Paraná na condição de Área Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação.// SONORA JOSÉ ROBERTO RICKEN.//

A febre aftosa é contagiosa e acomete naturalmente animais biungulados domésticos e selvagens, como bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos. (Repórter: Rudi Bagatini)